A Austrália continua a braços com uma difícil crise de incêndios florestais que nem a chuva que caiu no país durante o período do Natal foi capaz de mitigar. De acordo com a edição australiana do jornal The Guardian, cerca de 70 incêndios de grandes dimensões continuam a arder na Nova Gales do Sul — a região da Austrália mais afetada pelos fogos —, num momento em que o país se prepara para uma nova onda de calor nos próximos dias.

Porém, segundo explicou àquele jornal o meteorologista Rob Taggart, do serviço meteorológico australiano, a chuva caiu essencialmente nas zonas costeiras mais a norte daquele estado — e menos na região montanhosa que tem sido afetada pelos incêndios. Mesmo a que caiu em zonas afetadas pelos fogos “ajuda”, mas não é “suficiente para apagar um incêndio”, advertiu Taggart. “Pode suprimi-los temporariamente, mas quando o vento quente e seco regressar, as chamas voltam a arder.”

Três pessoas morreram nos fogos na Austrália. Primeiro-ministro interrompe férias no Havai

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Dos incêndios que continuam ativos na região, 30 ainda estavam por controlar ao fim do dia de quarta-feira, com mais de 1.700 bombeiros a trabalhar durante o dia de Natal para criar linhas de contenção à volta das áreas de incêndio. Esta quinta-feira, 1.400 bombeiros continuavam a fazer este trabalho, segundo explicou à imprensa australiana o porta-voz dos bombeiros da Nova Gales do Sul, Ben Shepherd. “O tempo esteve, por uma vez, mais a nosso favor, mas vai ser um dia potencialmente difícil dado que na próxima semana volta o perigo de incêndio”, afirmou.

De acordo com o meteorologista Rob Taggart, o próximo pico de perigo de incêndio deverá acontecer na terça-feira, véspera de Ano Novo. Durante os próximos dias, as condições deverão piorar e na próxima terça-feira será o dia mais grave para o combate aos incêndios.

Os incêndios na Austrália já provocaram a morte a três pessoas, incluindo dois bombeiros, de 32 e 36 anos. A dimensão da tragédia levou o primeiro-ministro australiano, Scott Morrison, a interromper as férias no Havai — na sequência das duras críticas de que foi alvo por estar ausente do país enquanto várias regiões eram devastadas pelos fogos.