Luca de Meo já não é o presidente da Seat. Em comunicado, a marca espanhola do Grupo Volkswagen anunciou que o gestor italiano pediu para se retirar do cargo com efeito imediato e de comum acordo com o conglomerado alemão que, aliás, continua a integrar. Pelo menos por enquanto, pese embora possa surgir nova comunicação a esse respeito, na medida em que a nota enviada à imprensa ressalva que “Luca de Meo continuará a fazer parte do grupo até novo aviso”.

Este anúncio oficial surge na sequência de vários rumores dando conta de que a Renault estaria interessada em “recrutar” Luca de Meo, para assumir a liderança do grupo. O gestor nunca o confirmou, mas também nunca desmentiu. Curiosamente, o italiano, que conta com já com mais de 25 anos na área automóvel, iniciou a sua carreira precisamente na Renault. Depois transitou para a Toyota Europa, antes de ingressar no então denominado Grupo Fiat, onde não só teve o pelouro do marketing como se destacou enquanto CEO da Abarth. A mudança para o Grupo Volkswagen aconteceu há uma década.

Em 2009, Luca de Meo ingressou no conglomerado germânico como responsável pelo marketing da Volkswagen e do próprio grupo. A entrada no conselho de administração foi o passo seguinte, tendo-lhe posteriormente sido confiadas as rédeas da Seat.

Carsten Isensee assume temporariamente a liderança da Seat

Há uma Seat antes e depois de Luca de Meo. O gestor, de 52 anos, assumiu a presidência do fabricante de Martorell em Novembro de 2015 e, desde então, encetou a transformação da marca. Além de a conduzir aos lucros, dilatou continuamente o volume de vendas e reforçou a presença da Seat em mercados que considerou estratégicos para fortalecer a própria relevância do construtor espanhol no seio do grupo. Foi sob a batuta de Luca de Meo que a Seat iniciou a sua ofensiva de SUV e a transição para a mobilidade eléctrica, sendo também ele o homem que levou o Grupo Volkswagen a confiar à Seat a responsabilidade de gizar a estratégia global para a mobilidade urbana. E a autonomização da Cupra, como marca própria com pendor desportivo sob a égide da Seat, foi outra das sementes que o gestor italiano plantou para o futuro.

O lugar deixado vago com esta saída “a pedido” será ocupado pelo actual vice-presidente financeiro da Seat, Carsten Isensee, que acumulará os dois cargos enquanto não surgir um novo nome para encabeçar o comité executivo da Seat.

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