O eventual boicote do presidente da Polónia à cerimónia em Israel dos 75 anos da libertação do campo nazi de Auschwitz, se não puder falar antes ou depois do presidente da Rússia, é discutido esta terça-feira em Varsóvia.
Andrzej Duda convocou uma reunião para discutir a sua participação no evento, bem como a situação no Médio Oriente após o assassínio do principal general do Irão pelos Estados Unidos.
O vice-ministro dos Negócios Estrangeiros polaco, Pawel Jablonski, disse esta terça-feira ser “inadmissível” que Duda não seja autorizado a falar durante o Fórum Mundial do Holocausto, que decorre a 22 e 23 de janeiro no Yad Vashem em Jerusalém. Vladimir Putin, convidado pelo presidente israelita, Reuven Rivlin, é o orador principal.
A Polónia está especialmente preocupada com declarações recentes de Putin atribuindo alguma culpa a Varsóvia pelo início da Segunda Guerra Mundial. Mentiras deliberadas, segundo o primeiro-ministro polaco, Mateusz Morawiecki.
Polónia está preparada para “guerra informativa” com a Rússia
A Polónia foi a primeira vítima da Segunda Guerra Mundial, tendo sido atacada em setembro de 1939 pelas tropas da Alemanha nazi e da União Soviética.
Na cerimónia em Israel deverão participar também os presidentes da França, Alemanha, Itália e Áustria. A Polónia vai assinalar o aniversário da libertação de Auschwitz pelo Exército Vermelho no dia preciso, a 27 de janeiro, no local do campo de extermínio nazi gerido pelos alemães em território polaco ocupado.
Mais de um milhão de pessoas morreu em Auschwitz, a maioria judeus europeus, mas também polacos, ciganos e prisioneiros de guerra russos.