A pneumonia viral em Wuhan está circunscrita a esta região chinesa e não se transmite de pessoa para pessoa, não havendo por isso recomendações das organizações de saúde, afirmou esta quarta-feira a diretora-geral da Saúde.
Segundo a informação dada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e que é reportada a 5 de janeiro, o que se sabe “neste momento” é que “um grupo de pessoas adoeceu gravemente com pneumonia” numa cidade, numa província da China, disse Graça Freitas aos jornalistas, à margem de uma visita ao Centro de Contacto do Serviço Nacional de Saúde (SNS24) com o secretário de Estado da Saúde, António Sales.
Graça Freitas adiantou que a pneumonia atingiu um grupo de 44 pessoas que estão internadas. Destas, 33 estão estáveis e 11 estão com “uma doença bastante acentuada e grave”.
“A boa notícia é que nada indica que haja transmissão pessoa a pessoa”, disse, sublinhando que se trata de um surto, “localizado no espaço e no tempo, ligado a uma fonte infecciosa provavelmente de origem alimentar”.
A diretora-geral da Saúde explicou estes casos estão ligados a “um mercado que fornece alimentos, sobretudo peixe e marisco”.
Sabe-se também que esta pneumonia não está ligada a nenhum dos agentes até agora conhecido: “Não é um coronavírus, não é um vírus da gripe, não é um vírus da gripe aviária, não é um adenovírus e, portanto, será um agente etiológico que ainda não foi pesquisado. Novo ou não, são sabemos”, sublinhou.
“A tranquilidade para o resto do mundo, e para não haver medidas, é não haver contágio entre pessoas”, reiterou Graça Freitas. Por estas razões, não há, neste momento, “recomendação nenhuma especial, nem de viagens, nem de restrições, nem de conselhos especiais a dar e é essa a mensagem que queríamos passar”, rematou.
Na sexta-feira, o número de pessoas infetadas com pneumonia viral na cidade chinesa de Wuhan subira de 27, registados a 31 de dezembro, para 44. No domingo passado, o número de infetados subiu para 59.
Todas as análises deram negativo para gripe, gripe aviária, infeções por adenovírus “e outras doenças respiratórias comuns”, segundo as autoridades chinesas, que continuam a procurar identificar o agente da doença.
As primeiras investigações apontaram para uma relação com o mercado grossista da cidade, capital da província de Hubei, onde residem 11 milhões de pessoas.
No final de 2002, a China esteve na origem de um surto mundial da Síndrome Respiratória Aguda Grave (SARS), que resultou em mais de oito mil casos, incluindo no Canadá e nos Estados Unidos. Em meados de 2003, registaram-se mais de 800 mortos. Há 16 anos, desde 2004, que não há registo de novos casos, sendo considerado que a doença, mas não o vírus, foi erradicada.
A SARS é transmitida de pessoa para pessoa através de contactos próximos ou através de gotas transportadas pelo ar e que foram expelidas por uma pessoa infetada.