António Sousa Lara demitiu-se do cargo de porta-voz do Chega por não renunciar à subvenção estatal vitalícia de 1.343 euros, está a avançar o Expresso. Sousa Lara terá sido confrontado com a questão na terça-feira durante uma reunião com a direção do partido, mas recusou-se a negar a subvenção, ditando o afastamento do porta-voz do partido de André Ventura.

O tema veio à tona na reunião com a liderança do Chega porque Sousa Lara tem sido criticado nas redes sociais precisamente por causa desta questão — isto porque as subvenções estatais vitalícias têm elas próprias sido criticadas por André Ventura, que chegou a dizer que demitiria qualquer membro do partido que recebesse essa pensão e não renunciasse a ela.

“Não é admissível que haja dirigentes, porta-vozes e membros de órgãos que beneficiem, mesmo que não recebam, subvenção vitalícia”, comentou André Ventura nesta manhã de segunda-feira à Rádio Observador. O líder do partido Chega referiu ainda que assim que a situação foi conhecida e exposta pelo partido a Sousa Lara, este entendeu “que não devia renunciar”. “Está no seu direito”, sublinhou Ventura, acrescentando, no entanto: “O partido tem este critério e a partir desse momento só poderia haver ou a demissão ou a exoneração que seria [feita] por mim”. Sousa Lara acabou mesmo por pedir a demissão ontem [quarta-feira] que foi aceite hoje [quinta-feira] pelo líder do partido, adiantou.

Embora não esteja a receber a subvenção neste momento, recorda o Expresso, António Sousa Lara poderia vir a fazê-lo assim que deixasse de exercer cargos que lhe conferem um rendimento superior aos 1.343 euros.

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