O governo ainda não disponibilizou qualquer verba para o fundo de 2,5 milhões de euros para apoio à educação dos filhos dos bombeiros voluntários, que tinha sido prometido em maio do ano passado. Em declarações ao Público, Jaime Marta Soares, presidente da Liga dos Bombeiros Portugueses, diz que “não entrou um cêntimo” no apoio que iria beneficiar cinco mil bombeiros voluntários com filhos com menos de seis anos.

Jaime Marta Soares queixa-se que “mais uma vez, o Governo promete, decreta e, depois, nada faz para cumprir o que acordou”: “Nada foi regulamentado para que fosse aplicado. Só se fala em grupos de trabalho para começar a fazer os pagamentos, mas nada avança”, afirma o presidente da Liga dos Bombeiros Portugueses ao Público.

A notícia do Público surge no mesmo dia em que Eduardo Cabrita, ministro da Administração Interna, estará numa audição parcial no Parlamento por causa das aprovações do Orçamento do Estado na especialidade. É a ele que Marta Soares dirige uma reclamação: “Temos feito várias reclamações, nomeadamente junto do ministro da Administração Interna, que diz que quer avançar, que quer pagar, mas depois nada faz para pagar. Em breve vamos ter mais uma reunião de um grupo de trabalho, mas a verdade é que o ano letivo já começou e os bombeiros voluntários ainda não receberam nada do que têm direito”.

Também o Jornal de Notícias conta esta quarta-feira que os bombeiros enviados para Moçambique para ajudar durante as cheias provocadas pelo ciclone Idai ainda não receberam os adonos a que tinham direito por causa dessas deslocações. São 35 mil euros que estão em dívida e que a Proteção Civil diz ainda não terem sido pagos por os bombeiros não terem “vínculo permanente de emprego público”.

A Proteção Civil afirma que esta dívida não corresponde às remunerações dos bombeiros, mas antes a “abonos devidos a título de ajudas de custo por deslocação ao estrangeiro”. “Estamos a fazer todos os esforços com vista à autorização do pagamento”, garante em declarações ao Jornal de Notícias.

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