O ex-ministro socialista António Vitorino aparece envolvido na investigação do jornal espanhol El Mundo que revela que o ex-embaixador espanhol na Venezuela e o seu filho estão a ser investigados por um esquema de corrupção e branqueamento de capitais envolvendo a PDVSA, a empresa petrolífera venezuelana.

Segundo o jornal, no processo estará envolvida a empresa portuguesa Emab Consultores Lda, de que António Vitorino e a mulher, Beatriz de Carneiro, são proprietários. O ex-ministro da Presidência e da Defesa dos governos de António Guterres já negou contudo qualquer ilegalidade ou investigação. Em declarações ao CM, Vitorino confirmou ser dono da referida empresa, mas garantiu que esta nunca trabalhou “para a petrolífera venezuelana”. O socialista esclareceu ainda que a única relação que teve com a PDVSA foi como advogado, quando trabalhava para o escritório Cuatrecasas, “nessa altura, essa sociedade teve algumas atividades ligadas à PDVSA de natureza fiscal, mas não era eu que tratava”, precisou ao Correio da Manhã.

De acordo com o El Mundo, a justiça espanhola está a investigar um esquema em que Raul Morodo e o seu filho, Alejo Morodo, juntamente com dois sócios venezuelanos, se terão apropriado de 35 milhões de euros da empresa de petróleo da Venezuela no período de 2004 a 2011, com conivência do chavismo — na altura Chávez era líder da Venezuela e Zapatero presidente do Governo espanhol.

Teriam sido usados no esquema algumas empresas, como a Emab, e terceiras pessoas, como o embaixador espanhol em Lisboa, e usados testas de ferro, neste caso as mulheres de Vitorino e do embaixador. Os 35 milhões de euros terão passado por contas offshore na Suíça e no Panamá antes de entrarem em Espanha.

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