Um emigrante português em Inglaterra montou um estendal com roupa interior e t-shirts com inscrições que visam protestar contra a escultura de Pedro Cabrita Reis instalada na marginal de Leça da Palmeira, em Matosinhos. Natural de Leça do Balio, Pedro Almeida, assim se chama o manifestante, afirmou esta terça-feira à Lusa que “a arte é aquilo que o artista quiser. Por isso, se umas vigas são arte para o Pedro Cabrita Reis, para mim umas cuecas com perguntas escritas também são arte. A minha arte”, adiantou.

O estendal montado por Pedro Almeida na obra de Pedro Cabrita Reis

Na sua rede social Facebook, o emigrante, assumiu a autoria da “instalação artística/política”. Segundo o mesmo, as pessoas com quem falou “disseram que detestavam a chamada escultura” e “falaram da frustação de ver os casos em Matosinhos a acumularem-se e nada se resolver”. “Matosinhos precisa de uma varridela (a juntar à roupa lavada)” rematou Pedro Almeida.

Imagem retirada do Facebook

Nas fotografias das peças de roupa publicadas pelo português também na sua rede social Facebook, pode ler-se questões como “Quem sabe do paredão?”, alegadamente referente ao prolongamento do quebra-mar do Poro de Leixões, que tem gerado contestações.

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Pedro Almeida garante que apesar da distância da terra natal, faz por se manter informado sobre o concelho e que a escultura de Pedro Cabrita Reis “fica mal naquele local”, acrescentando ainda que devia ser transportada para outro sítio.

A obra “a Linha do Mar” já foi vandalizada por duas vezes, uma delas duas semanas após a inauguração, tendo sido feitas duas queixas ao Ministério Público.

Matosinhos apresentou queixa por vandalismo à obra de Cabrita Reis. Artista fala em “assinatura política”

Na página da Câmara Municipal de Matosinhos, pode ler-se que a escultura “é composta por vigas de HA400 e apreenta uma nova perspetiva sobre a linha de horizonte do mar, sugerindo diversas interpretações através da forma, geometria e da sua sobreposição com o oceano.”.

Imagem retirada do Facebook

O português recolheu a roupa e as molas uma hora depois, após ter conseguido passar a mensagem de descontentamento com o “rumo do concelho”, adiantou o Público. No entanto, garante que vai ‘estender’ novamente as suas questões quando voltar a Portugal.