A Nissan tornou hoje público o seu desempenho no trimestre de Outubro a Dezembro, que o fabricante japonês considera o 3º do seu ano comercial. Já era do conhecimento geral a redução das vendas, mas o anúncio de prejuízos de 26,1 mil milhões de ienes, cerca de 219 milhões de euros, surpreendeu os próprios analistas.

De acordo com a Automotive News, estas perdas são as primeiras depois de quase uma década de lucros, com os resultados deste trimestre a provocar uma redução de 43% nas expectativas para o ano completo, em termos de resultados. O mau desempenho acontece depois de a Nissan ter tomado medidas que levaram à prisão, em 2018, do seu antigo CEO e chairman, Carlos Ghosn, que também liderava a Aliança Renault-Nissan-Mitsubishi. Ghosn, entretanto, fugiu para o Líbano.

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Com as vendas a caírem 18% nos EUA e 11% globalmente, o novo CEO, Makoto Uchida, admitiu que a prevista reestruturação da Nissan tem agora de ser maior do que o inicialmente previsto. Daí que a redução do número de funcionários em lugares de gestão e administração tenha subido para 4300, cortes associados ao encerramento de duas unidades fabris, tudo para baixar os custos em 480 mil milhões de ienes até 2023.

Entretanto, a Nissan Motors processou Carlos Ghosn no Japão em 10 mil milhões de ienes, cerca de 84 milhões de euros, por fraude e conduta imprópria, acusações que os advogados do ex-CEO continuam a negar e a solicitar provas. Enquanto isto, aguarda-se o resultado de um segundo processo, este a decorrer na Holanda, em que é Ghosn que processa a Nissan e a Mitsubishi por despedimento indevido, num valor de 15 milhões de euros. De recordar que é na Holanda que está a sede da Aliança Renault-Nissan-Mitsubishi.

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