A ministra da Coesão Territorial, Ana Abrunhosa, assegurou esta quinta-feira que o Governo está a acompanhar o processo do Plano de Mobilidade do Tua, em Trás-os-Montes, e com “vontade política” de resolver o impasse de anos.

O assunto foi exposto esta quinta-feira pelos autarcas do Vale do Tua ao Governo à margem do Conselho de Ministros que decorreu em Bragança e como já tinha anunciado, na véspera da deslocação do Governo, o presidente da Agência de Desenvolvimento do Vale do Tua, João Gonçalves.

A ministra confirmou à Lusa, à margem de uma visita a Vimioso, que o tema “foi objeto de exposição pelos autarcas” e que “é um dos assuntos” que o Governo vai discutir “no próximo Conselho de Ministros”. Ana Abrunhosa vincou que “é um assunto que o Ministério da Coesão Territorial já está a acompanhar com o Ministério das Infraestruturas e Habitação”.

Há uma questão de obra, das carruagens, estamos a acompanhar e posso dar nota de uma vontade política muito grande de resolver o assunto, não posso dizer quanto tempo demora, mas uma vontade política muito grande de resolver o assunto porque estamos a falar de uma preciosidade neste território”, declarou.

A ministra considerou que “este projeto é muito importante para o interior”.

Estamos a falar da História, de um projeto interessantíssimo de promoção turística, de dar visibilidade a este território, das nossas memórias e, portanto é um projeto importante”, enfatizou.

A governante salientou que “é um projeto em que os autarcas já avançaram com a obra, não solicitam sequer o apoio para todo o investimento que estão a fazer, solicitam apenas uma parte”.

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Essa parte esperamos que seja desbloqueada em breve e a parte das carruagens esperamos também uma solução brevemente, está no âmbito do Ministério das Infraestruturas e Habitação”, acrescentou.

O Plano de Mobilidade Turística e Quotidiana é a principal contrapartida pela construção da barragem de Foz Tua que já está licenciada e a produzir energia, enquanto continua por concretizar a condição imposta pela Declaração de Impacto Ambiental.

Para compensar a submersão de quase 20 dos menos de 60 quilómetros que restavam da centenária linha do Tua, foi imposto à EDP a concretização do plano que contempla a reativação da linha entre a Brunheda e Mirandela, barcos na albufeira até ao Tua e transporte rodoviário.

A EDP entregou 10 milhões de euros ao operador turístico Mário Ferreira que fez obras, mas continua a faltar mais intervenções, agora assumidas pela agência, e a surgir novos pormenores técnicos. A Agência de Desenvolvimento resulta também de uma contrapartida da barragem, é constituída pelos cinco municípios do território, nomeadamente Carrazeda de Ansiães, Mirandela, Vila Flor, Murça e Alijó e tem como missão gerir os fundos e projetos no Vale do Tua.

Depois de o operador turístico ter voltado atrás e se recusar a fazer as obras necessárias para concluir o processo, a agência assumiu essa tarefa e tem em execução duas empreitadas que aparentemente serão as últimas.

João Gonçalves garantiu que as obras “estão a decorrer ao ritmo programado” e que as entidades locais estão a trabalhar para que seja possível chegar “a finais de abril, princípios de maio e dizer que a agência pôs à disposição a hipótese de ser utilizada a linha”.