Marta Temido afirmou esta quinta-feira que Portugal se encontra “numa fase de contenção alargada”. Em entrevista à SIC Notícias, a ministra da Saúde disse que um cenário semelhante ao de Itália — que já conta com 650 casos de infeção — “é bem possível que aconteça” em Portugal, mas garantiu que o país está preprarado para essa eventualidade.

Estamos preparados para que um cenário semelhante àquele que está a acontecer em Itália possa acontecer também no nosso país. O que, de acordo com uma previsão de risco normal, é bem possível que aconteça. Aliás, o Centro Europeu para o Controlo de Doenças diz exatamente isso, que os países europeus se devem preparar para um contexto semelhante àquele que a Itália está a viver neste momento”, afirmou Marta Temido.

Concretamente, isto significa que “passámos da fase em que temos ainda os hospitais de primeira linha e, sobretudo, o Instituto Nacional de Saúde Ricardo Jorge, como laboratório de referência a realizar a totalidade das análises, para uma fase em que temos mais hospitais do que os primeiros três. Temos já 10 hospitais preparados para entrar, se for necessário, em modo de acolhimento de doentes, e temos mais capacidade laboratorial para responder àquilo que neste momento é a situação que já temos: o maior número de casos a surgir de hora a hora, para serem validados”.

Marta Temido destacou ainda a relevância da formação e capacitação dos profissionais do Serviço Nacional de Saúde, que conta atualmente com 130 infeciologistas.

Portugal vai aumentar em 20% o stock de medicamentos e material de proteção

Na mesma entrevista à SIC Notícias, a ministra Marta Temido anunciou que os hospitais estão e levar a cabo um aumento em 20% dos stocks de medicamentos, equipamentos de proteção e materiais clínicos com o objetivo de dar resposta a uma eventual subida do número de casos em Portugal.

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O Infarmed e os hospitais, através de um grupo próprio de aquisição destes medicamentos, estão a trabalhar e têm autorização para aumentar os seus stocks em 20%, de forma a garantir um stock para três meses, que foi aquilo que estimámos como adequado”, afirmou Marta Temido.

A ministra da Saúde disse também que Portugal está a colaborar com outros países europeus no fornecimento destes materiais, mas sem pôr em causa o stock português. “Temos apenas um fornecedor nacional nesta área e temos de ser muito criteriosos na forma como gerimos todas estas dimensões”, disse.

“Equipamentos como os equipamentos de proteção individual são algo que tem de ser gerido com a devida precaução, porque faz falta, até a outros países. Temos tido contactos de outros países europeus com alguma falta, a pedir colaboração e articulação para, por exemplo, partilha de máscaras”, afirmou ainda a governante.