As pessoas que sofrem de alergias não têm uma maior probabilidade de ser contagiadas com o novo coronavírus e de contrair a doença covid-19, alertou nesta segunda-feira a Sociedade Espanhola de Alergia e Imunologia Clínica (SEAIC).

Numa nota publicada no site, a SEAIC esclarece que os dados científicos atualmente ao dispor dos médicos “não parecem indicar que ser alérgico implique maior risco de contrair a infeção por coronavírus”.

“O sistema imunitário de uma pessoa alérgica funciona como o de uma pessoa não alérgica no que diz respeito à sua função de defesa contra micro-organismos”, destaca o organismo.

Quem deve ter uma “maior precaução” são os asmáticos, uma vez que “qualquer infeção respiratória pode destabilizar a sua asma”.

“O coronavírus tem uma predileção especial pelos pulmões e poderá induzir-se um maior grau de inflamação nas vias respiratórias, maior risco de crise de asma e, possivelmente, maior gravidade de infeção por covid-19”, explica a mesma nota.

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A SEAIC destaca que “os sintomas da rinite alérgica são fundamentalmente comichão no nariz, muitas vezes associada a comichão nos olhos, a espirros consecutivos, destilação nasal aquosa e congestão nasal”.

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A instituição alerta ainda que, em caso de alergias, os sintomas intensificam-se em espaços exteriores e amenizam-se em espaços interiores; ao mesmo tempo, os sintomas da rinite alérgica desaparecem rapidamente após a toma de anti-histamínicos. Nas alergias, em princípio não surge febre — a não ser em caso de complicação associada a sinusite aguda.

Já no caso do coronavírus, os sintomas são diferentes. Como tem sublinhado a Direção-Geral da Saúde, à infeção pelo coronavírus estão associados a febre, a tosse e a falta de ar, bem como outros sintomas habitualmente associados a uma gripe — incluindo mal-estar geral —, que são progressivos.

A instituição espanhola deixa ainda conselhos sobre a utilização de máscaras por parte de quem sofre de alergias.

“As máscaras cirúrgicas de papel só são úteis para impedir que os doentes infetados pelo coronavírus disseminem as gotículas respiratórias. Essas máscaras não protegem adequadamente da exposição a pólenes, porque não proporcionam uma vedação adequada”, explica a SEAIC.

Pelo contrário, as máscaras com filtro — designadamente os modelos FFP2 e FFP3 —, “protegem tanto da exposição a pólenes como a vírus, porque impedem a entrada das partículas com tamanho menor de 0,3 micrómetros”. Porém, essas máscaras “não impedem que os doentes infetados propaguem o vírus, porque não filtram o ar exalado”.

Mais expostos estão os asmáticos, uma vez que têm as vias respiratórias “mais suscetíveis às infeções respiratórias, especialmente as virais”.

Por isso, a quem sofre de asma é recomendado que observe ainda mais estritamente as recomendações de isolamento e distanciamento — ao mesmo tempo que mantém o tratamento habitual.

“Fazer o tratamento irregularmente ou deixar de o tomar porque nos encontramos bem pode fazer que a inflamação dos brônquios comece a descontrolar-se, ainda que inicialmente o paciente não dê conta disso. Essa leve inflamação pode levar a que os brônquios sejam mais suscetíveis às infecções respiratórias”, alerta a instituição.

O surto de coronavírus, surgido no final do ano passado na cidade chinesa de Wuhan, já afetou mais de 182 mil pessoas a nível global, tendo levado à morte de pelo menos 7.174 pessoas.