Pode não chegar ainda para equilibrar todas as perdas mas foi o primeiro grande passo: no final da última semana, a Juventus tomou a dianteira em Itália num assunto que já tocou a quase todos os clubes da Bundesliga mas que em alguns casos ainda se mantém tabu (como em Portugal) e chegou a acordo com jogadores e treinadores da equipa principal para cortar um total de 90 milhões de euros para fazer face à crise provocada pela pandemia global da Covid-19, equivalente a quatro salários, referentes aos meses de março, abril, maio e junho.
Ainda assim, pode não chegar e, também na semana passada, alguma imprensa italiana levantou três cenários possíveis em relação ao futuro (ou não) do jogador em Turim: cumprir os dois anos de contrato até 2022 e não renovar, prolongar o vínculo por mais uma temporada com decréscimo no vencimento mensal para dar uma outra capacidade de amortização do investimento; ou, no limite, a venda a quem esteja disposta a investir 70 milhões no avançado de 35 anos, que voltou também a ser falado para voltar ao Manchester United.
Da parte do jogador, que permanece na Madeira onde chegou para visitar a mãe na altura hospitalizada e ficou depois da explosão de casos positivos e mortes em Itália (em consonância com os responsáveis bianconeri), os rumores passaram ao lado. Até porque, sobretudo nesta fase da carreira, os objetivos do capitão da Seleção a nível de recordes são outros, seja no plano de clubes – voltar a ganhar a Liga dos Campeões e a Bola de Ouro, continuar a marcar história na Juventus, chegar à liderança dos marcadores da Serie A… –, seja nos registos das seleções, onde tem recordes de golos e jogos ao alcance em fases finais de Europeus e Mundiais. No entanto, e no caminho para essas marcas, vai alcançando outras metas paralelas que mostram o peso que tem no futebol.
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De acordo com a revista Forbes, e apesar do corte em quatro meses de salário, Ronaldo terminará o ano de 2020 com receitas acima dos 90 milhões de dólares (cerca de 85 milhões de euros), o que fará do jogador português o primeiro bilionário do futebol com um encaixe total ao longo da carreira entre contratos com clubes, prémios, acordos publicitários e demais negócios acima dos mil milhões de euros. A título de exemplo, o número 7 recebeu em 2019 cerca de 102 milhões de euros, 62 milhões só em marketing e lucros da sua marca. O relevo do capitão da Seleção Nacional nas redes sociais (onde bate recordes) é também destacado.
A Forbes recorda ainda que o avançado já doou 1,8 milhões de dólares a unidades de saúde nacionais (mais de 1,65 milhões de euros) e acrescenta que, segundo informações confirmadas pelos seus representantes, Ronaldo não comprou qualquer ilha para se isolar com a família da pandemia da Covid-19 até ser seguro regressar a Itália, algo que poderá acontecer no final da próxima semana, com o regresso gradual das equipas ao trabalho. Quando a competição irá arrancar, ninguém consegue prever mas o português tem assim mais um registo assegurado na carreira, algo que apenas o golfista Tiger Woods e o pugilista Floyd Mayweather tinham conseguido até hoje.
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