O arrefecimento do comércio internacional provocado pela pandemia de COVID-19 pode chegar aos níveis registados nos anos 30 devido à Grande Depressão, alertou esta quarta-feira a Organização Mundial do Comércio.

No melhor cenário, o comércio internacional irá minguar em 13%, mas há uma possibilidade de essa diminuição chegar aos 32% — tal como aconteceu entre 1929 e 1932. É um abrandamento ainda maior que o verificado na crise desencadeada entre 2008 e 2009, contabiliza a organização.

Roberto Azevêdo, diretor-geral da Organização Mundial do Comércio, adjetivou estes números de “feios”, mas avisou que “não há volta a dar”, até porque o comércio internacional já estaria a desacelerar ainda antes de a pandemia ter vindo abalar os mercados.

No entanto, o líder da organização também sublinhou que “uma recuperação rápida e vigorosa é possível”. “As decisões tomadas agora determinarão o futuro das perspetivas de recuperação e crescimento global”. Por isso Roberto Azevêdo pede aos países que “comecem a planear as consequências” económicas da pandemia.

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A Organização Mundial do Comércio pediu uma maior coesão diplomática numa resposta à crise económica, sugerindo (embora sem falar diretamente sobre a situação) que um aliviar da tensão entre os Estados Unidos e a China ajudaria a evitar um cenário como aquele que existiu há pouco menos que 100 anos.

“Precisamos de lançar as bases para uma recuperação forte, sustentada e socialmente inclusiva. O comércio será um ingrediente importante aqui, juntamente com a política fiscal e monetária”, considerou Roberto Azevêdo.

E terminou: “Manter os mercados abertos e previsíveis, além de promover um ambiente de negócios mais favorável em geral, será fundamental para estimular o investimento renovado que precisaremos. E se os países trabalharem juntos, veremos uma recuperação muito mais rápida do que se cada país agir sozinho”.