Não será transitório nem vai surgir daqui a uns meses, vai mesmo começar em maio e de forma definitiva o rendimento mínimo universal para as famílias (conhecido por rendimento básico incondicional) em Espanha. O primeiro-ministro Pedro Sánchez (PSOE) e o vice do Governo Pablo Iglesias (Podemos) chegaram a acordo para que a medida avance já em maio e não dentro de alguns meses, como tinha chegado a admitir o Governo e defendido em público o ministro da Inclusão e da Segurança Social, José Luis Escrivá.
A notícia é avançada pela imprensa espanhola, como El Mundo, o ElEspañol e o El País a citarem uma fonte do ministério do líder do Podemos a confirmar a informação: “Sim, está certo. O primeiro-ministro Pedro Sánchez e Pablo Iglesias encontrara-se ontem à tarde para falar da medida e do calendário da mesma e concordaram que o Governo vai implementar o Rendimento Mínimo Universal já no próximo mês de maio. A medida vai ser trabalhada em conjunto pelo Ministério da Inclusão e da Segurança Social e pela Vice-presidência dos Direitos Sociais” e será apresentada esta quinta-feira”, escreve o El Mundo.
O tema já estava em cima da mesa, com Iglesias a pressionar o Governo para avançar com a medida antes do que estava previsto. Do Conselho de Ministros da semana passada já tinha saído a informação de que o Governo ia avançar com este apoio social, mas dando um prazo mais alargado, de “pelo menos três meses”, para poder desenhar o novo apoio social.
Também o El Español cita fontes junto do gabinete do líder do Podemos para confirmar que Iglesias negociou a antecipação da medida diretamente com Sánchez. A medida já foi testada noutros países, embora os resultados não tenham sido tão positivos como era esperado
Esta quarta-feira, o ministro da Inclusão e Segurança Social esteve no Congresso e revelou que o Governo avançaria com a medida para as famílias mais vulneráveis e que a medida beneficiaria cerca de 100 mil famílias monoparentais. Este novo apoio foi motivo de desacordo entre o ministro Escrivá e o vice do Governo Iglesias. O braço de ferro parece ter sido ganho pelo líder do Podemos que consegue que o apoio seja definitivo (e não apenas para responder a uma situação transitória) e garantido mais rapidamente do que o ministro dizia ser possível.
Espanha está no topo da lista dos países mais afetados pela pandemia, somando já 18 579 mortes por causa da Covid-19, tendo 177 633 infetados com a doença. Esta quarta-feira, o número de mortos recuou ligeiramente, tendo sido registados 523 nas últimas 24 horas, menos do que os 567 que aconteceram entre segunda e terça-feira. O país está praticamente parado desde o fim de março, com o Governo a decretar que todas as empresas com atividades não essenciais parassem mesmo. O levantamento dessas medidas está agora a começar de forma gradual, mas o impacto na economia é já profundo, bem como as consequências sociais.