A easyJet disse esta quinta-feira ter liquidez suficiente para aguentar até nove meses de suspensão das operações e espera um prejuízo antes de impostos de entre 212 e 235 milhões de euros no primeiro semestre do ano.

Em conferência de imprensa remota para apresentação dos resultados do semestre findo em 31 de março, o presidente executivo (CEO) da easyJet, Johan Lundgren, adiantou que, após várias iniciativas de financiamento, a companhia aérea gerou liquidez adicional de cerca de 2,17 a 2,24 mil milhões de euros, levando a um fluxo de caixa nocional de cerca de 3,8 mil milhões de euros.

Assim, a easyJet calcula ter liquidez suficiente para aguentar até nove meses com os aviões estacionados, se assim for necessário devido à pandemia de Covid-19, o que lhes custaria cerca de 3,4 mil milhões de euros. Para isso contribuíram ações estratégicas de controlo de custos, tais como o adiamento da aquisição de 24 novas aeronaves, redução de custos com trabalhadores, combustível, empresas de “handling”, manutenção não urgente, entre outros.

A transportadora divulgou ainda estimar que o seu prejuízo, antes de impostos, nesta primeira metade do ano, se fixe entre os 212 e 235 milhões de euros, representando uma melhoria face ao período homólogo do ano passado, em que tinha tido perdas de 316 milhões, igualmente antes de impostos.

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A performance do primeiro semestre foi muito forte, antes do impacto do novo coronavírus, o que revela a eficácia do modelo de negócio da easyJet”, considerou Johan Lundgren, acrescentando que a easyJet era uma das companhias europeias com melhor classificação de crédito, quando começou a crise.

De acordo com a informação esta quinta-feira divulgada, a receita total da transportadora nos seis meses findos em 31 de março de 2020 aumentou 1,6%, para 2,7 milhões de euros, com a capacidade do assento a diminuir 7,6%, para 49 milhões, face ao mesmo período do ano anterior.

“Continuamos focados em fazer o que é melhor para a companhia, em termos de saúde a longo prazo, e para garantir que estamos a postos para retomar os voos quando a pandemia terminar”, garantiu Johan Lundgren, admitindo que “ninguém sabe” quando isso vai acontecer. Caso as restrições aéreas se “estendam no tempo”, o CEO da easyJet admite que a indústria não vai conseguir sobreviver sem um mecanismo de apoio, nomeadamente a nível governamental.

Isto é sobre a sobrevivência da indústria. Podem ter a certeza. Isto é sobre garantir que a indústria continua a existir, quando se começarem a ‘relaxar’ as restrições”, sublinhou Johan Lundgren.

O responsável disse também acreditar que o regresso ao ar será feito, numa primeira fase, só através do levantamento de restrições a voos domésticos, o que talvez possa começar a acontecer dentro de duas semanas.

Apesar da possibilidade de pedido de reembolso do valor dos bilhetes, a easyJet adiantou que a maioria dos clientes está a optar por reagendar as suas viagens para o período de inverno 2020-2021.