Afinal e ao contrário do afirmado pelo Conselho Português para os Refugiados (CPR), ainda não foram localizados todos os requerentes de asilo que fugiram do Hostel Aykibom, em Lisboa, onde houve 138 casos da Covid-19.
Segundo um comunicado do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) emitido esta quarta-feira, estão por localizar seis refugiados dos 25 que não se encontravam no hostel no dia da realização de testes à Covid-19 e da evacuação do espaço. A fuga ocorreu já depois de se saber que um dos hóspedes tinha testado positivo e na madrugada antes de se proceder à evacuação do espaço e de se realizarem testes em massa. Os refugiados que fugiram não foram, portanto, testados.
Já esta quinta-feira, segundo o Correio da Manhã, foi localizado um dos seis fugitivos, em Inglaterra. Deverá regressar a Portugal entre quinta e sexta-feira e ficará sob custódia do SEF.
Os 19 que foram detetados, na sua maioria do continente africado, foram localizados “em vários pontos do país”: no norte, centro e na região da grande Lisboa. O SEF chegou a admitir que “dois deles possam estar no Reino Unido” — um sabe-se agora, foi aí localizado.
Dos 25 cidadãos estrangeiros que não se encontravam alojados no hostel, no passado domingo, seis estão ainda por localizar, julgando-se que dois deles possam estar no Reino Unido”, lê-se.
O CPR tinha dito ainda esta quarta-feira que todos os 19 requerentes de proteção que não se encontravam num hostel foram localizados de imediato, tendo alguns já sido testados. No entanto, afinal foram mais os refugiados que fugiram — e que ainda não foram localizados.
O hostel, localizado na Rua Morais Soares, na freguesia de Arroios, foi evacuado no domingo devido a um caso positivo da doença. A este caso somaram-se, entretanto, mais de uma centena. O CPR realçava que as listagens de acolhimento são atualizadas regularmente e que qualquer requerente de proteção internacional tem liberdade de circulação em Portugal. “Não estão obrigados a permanecer sempre no mesmo município, devendo manter o SEF informado acerca do seu paradeiro, nos termos da Lei do Asilo”, é referido.
O CPR salienta também que, nos termos desta legislação, os requerentes de proteção internacional estão, durante todo o procedimento, em situação regular em Portugal. De acordo com a Lei do Asilo, o apoio social e de alojamento é assegurado apenas àqueles que se encontram em situação de carência económica, podendo este apoio cessar a qualquer momento, assim que se deixe de verificar os pressupostos dessa situação.
Um migrante ferido em desacato na base da Ota onde estão a fazer quarentena
Os requerentes de asilo foram transportados para a Base Aérea da Ota, em Alenquer. Estas pessoas, requerentes de proteção, permanecerão no local durante duas semanas. Um migrante ficou ferido na noite de terça-feira num desacato entre refugiados que estão a fazer quarentena.
O desacato aconteceu na terça-feira entre alguns dos 171 migrantes nas instalações na base militar, tendo um deles telefonado para o número de emergência (112), que se deslocou ao local, assim como a GNR, adiantou a mesma fonte. O ferido foi transportado para o Hospital de São José, em Lisboa.
Segundo a presidente do CPR, Mónica Farinha, os cidadãos estavam no hostel de Lisboa por causa da sobrelotação dos centros de acolhimento daquele organismo. Há cerca de 800 pessoas à espera de que os seus requerimentos tenham resposta alojadas em condições semelhantes em hostels na capital.