A Nikola quer processar a Tesla em 2000 milhões de dólares, acusando a rival de copiar o seu longo pára-brisas, a pequena porta lateral e a forma geral e afilada da carroçaria. A Tesla defendeu-se que nenhuma dessas três soluções é original ou criadas pela Nikola, mas o juiz decidiu que há mérito na acção, pelo menos o suficiente para ser esgrimida em tribunal.
A Nikola e a Tesla são as empresas mais avançadas, no que respeita à produção de veículos pesados eléctricos, que se comprometeram a propor soluções capazes de transportar tanta carga quanto os camiões a gasóleo e durante 800 ou 1000 km entre visitas à bomba, ou postos de carga. Caso consiga produzir baterias tão eficientes quanto afirma, o mesmo acontecendo com as células de combustível a hidrogénio, a Nikola até apresenta propostas mais versáteis e com maior potencial do que a Tesla (as fuel cells têm tudo para ser uma solução mais viável para camiões e navios).
Contudo, se a empresa de Elon Musk pode ser considerada um valor seguro, por tudo aquilo que já foi capaz de executar, à Nikola ainda falta mostrar serviço. Sendo bom recordar que no caso das fuel cells, por exemplo, a Toyota tem conseguido produzir (ainda que muito longe de um preço competitivo), mas a Honda e a Mercedes tentaram igualmente e abandonaram o projecto, pelo menos em automóveis.
A Nikola acusa a Tesla de infringir as suas patentes relativas ao design do seu camião Nikola One, modelo que mostrou enquanto protótipo em 2016, quando o projecto ainda passava por camião híbrido a electricidade e gás natural. Só posteriormente se decidiu por veículos pesados eléctricos alimentados pela energia produzida por fuel cell. Quando a Tesla revelou o seu Semi, provando que era viável um camião a bateria, a Nikola zombou da tecnologia da sua rival, o que não a impediu de, passados uns meses, avançar também ela para uma solução similar.