A tecnologia dos veículos eléctricos revelou construtores jovens e desconhecidos que se tornaram – ou prometem tornar-se – um sucesso. É o caso da Tesla, a mais conhecida, mas igualmente da Rivian e da Lucid. Menos brilhante é o caso da Nikola, construtor que prometia grandes conhecimentos para criar camiões e pick-ups a bateria e a fuel cells, mas estava tudo (ou quase tudo) rodeado de mentiras e exageros, o que deverá levar o seu fundador e ex-CEO, Trevor Milton, a cumprir pena de prisão.

CMVM americana puniu Nikola e acusa o seu CEO

De início, tudo eram rosas. A Nikola, muito exuberante pela mão de Trevor Milton, era uma startup que afirmava possuir tecnologia para produzir os melhores camiões eléctricos do mercado, sendo alimentados por bateria ou produzindo a bordo a energia de que necessitavam, através de células de combustível a hidrogénio. Isto atraiu a atenção da Iveco, que pagou para ter acesso a essa apregoada tecnologia, de forma a apressar a produção dos primeiros pesados a bateria. Como se isso não bastasse, a Nikola anunciou igualmente uma pick-up eléctrica, a Badger, com o que aliciou a General Motors (GM) a investir. Porém, com o passar do tempo, a realidade viria a revelar-se bastante menos entusiasmante.

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O camião eléctrico Nikola One, a quem a Nikola atribuía potencialidades fantásticas, na realidade nem sequer andava pelos seus meios, com o vídeo a ter sido registado numa descida para atrair investidores. E a pick-up Badger que deveria ter 70% das peças da Nikola, de acordo com Trevor Milton, alegadamente não tinha nenhuma, tendo a marca produzido apenas o desenho. Pelo menos foi isto que os responsáveis pela GM testemunharam nos últimos dias em tribunal, onde decorre mais um processo contra a Nikola e o seu antigo CEO e fundador.

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Estas afirmações dos homens da GM perante o juiz contradizem as declarações realizadas anteriormente por Trevor Milton, que terá utilizado a pick-up para atrair mais accionistas para a Nikola, vendendo-lhes gato por lebre. O princípio do fim para Milton, que abandonou a Nikola em Setembro de 2020 para dar hipóteses à empresa de sobreviver aos seus questionáveis actos de gestão, surgiu quando a Hindenburg Research, um investidor especializado em short selling, realizou uma investigação à Nikola, tendo colocado a descoberto mentiras e efabulações para elevar artificialmente o valor da marca.