O ministro da Saúde da Coreia do Sul, Park Neung-hoo, deu uma entrevista à revista Time onde deixou alguns conselhos para o combate à Covid-19, depois de no seu país o surto ter sido controlado.
A Coreia do Sul, que numa fase inicial chegou a ter a segunda pior crise daquela doença em todo o mundo, tem tido menos de 20 casos diários já desde 19 de abril (6 nas últimas 24 horas) e nunca teve mais de 9 mortes por dia. Nas últimas 24 horas, morreram duas pessoas com Covid-19 naquele país. Tudo isto sem ter sido decretada ordem de confinamento (embora o isolamento social e o teletrabalho tenham sido promovidos) e sem necessidade de adiar as eleições legislativas que foram realizadas, sem que delas resultasse uma crise de saúde pública, a 25 de abril.
Coreia do Sul. Medidas extremas para salvar a economia, vigilância apertada e testes, muitos testes
Qual é a receita, então?
Para o ministro da Saúde, há três pontos essenciais.
O primeiro, tem a ver com a logística associada à resposta sanitária à Covid-19 e a importância dos testes. “Uma vez que a covid-19 se espalha muito depressa, um diagnóstico atempado é muito importante”, disse. “Cerca de 80% dos doentes com Covid-19 têm sintomas ligeiros e só 10% é que têm sintomas graves. Por isso, o sistema médico tem de responder de forma que se adeque a essa realidade. Dito de outra forma, é muito importante destacar os meios médicos, que são limitados, de forma eficiente.”
O segundo tem a ver com a relação entre o povo e o governo. “A maior alavanca que temos no controlo da Covid-19 é a confiança das pessoas no Estado”, garantiu. “Uma confiança profunda não só minimiza a ansiedade pública como é essencial para conseguir a participação e a cooperação das pessoas a pôr em prática o distanciamento social, que funciona como uma vacina potente.”
O terceiro e último conselho tem a ver com a informação. De acordo com Park Neung-hoo, “é muito importante dar a informação relevante às pessoas da maneira mais transparente possível”, disse à Time. Além disso, essa informação deve circular de forma “suave” entre os vários ministérios, tal como entre o governo central e as autarquias.