Para apoiar as startups portuguesas e ajudar a recuperar o ecossistema de empreendedorismo, que também foi afetado pela pandemia da Covid-19, a Portugal Ventures disponibilizou 18 milhões de euros através de um conjunto de instrumentos de financiamento. Em comunicado, a operadora de capital de risco público anunciou que o investimento integra um conjunto de medidas lançadas pelo Governo, que recentemente anunciou um apoio de 25 milhões de euros para esta área.
O primeiro dos três instrumentos de financiamento é a Call INNOV-ID, uma iniciativa criada em parceria com a Agência Nacional de Inovação, a PME Investimentos e a Startup Portugal e que pretende investir em “projetos ou empresas de âmbito científico e tecnológico”, que estejam na fase inicial e que “possuam tecnologia desenvolvida, mas que estejam ainda em fase de protótipo, prova de conceito ou em validação de product-market-fit“. A esta call (concurso para investimento) podem concorrer empresas com menos de oito anos de existência ou ainda a constituir, com sede em Portugal Continental e Regiões Autónomas dos Açores e Madeira.
O total disponível para investimento com a Call INNOV-ID é de dez milhões de euros e a iniciativa está aberta de 4 de maio a 5 de junho. Há também outras componentes a cumprir para participar: as empresas têm de estar obrigatoriamente registadas no Startup Hub (a plataforma digital comunitária gerida pela Startup Portugal e pela Rede Nacional de Incubadoras) e, de acordo com a nota enviada, devem cumprir pelo menos um dos seguintes critérios:
- Resultar de projetos de investigação e desenvolvimento científico, tecnológico ou académico, desenvolvidos no seio de Instituições de Ensino Superior ou Centros Tecnológicos;
- Estar incubados em Incubadoras de Base Tecnológica ou em Incubadoras com ligações a Instituições de Ensino Superior ou Centros Tecnológicos;
- Empregar ou serem promovidas por recursos humanos altamente qualificados e proporem-se a manter ou criar emprego altamente qualificado;
- Serem reconhecidas como “Empresas do Setor da Tecnologia” pela ANI ou beneficiárias dos seus incentivos”.
Já relativamente aos projetos que ainda não estão constituídos, para que sejam aceites devem estar “incubados numa das entidades pertencentes à RNI ou associadas a um dos parceiros da Rede de IPNs da Portugal Ventures”.
O segundo instrumento anunciado foi a Call FIT, criada em parceria com o Turismo de Portugal e o NEST e que decorre até 21 de maio. A iniciativa pretende investir em projetos de turismo na fase pré-seed, Non-tech e Tech e que sejam finalistas dos programas de aceleração do Fostering Innovation in Tourism de 2019/2020, refere a Portugal Ventures em comunicado. O objetivo passa por “colmatar a falta de financiamento que as startups encontram após a conclusão dos programas, dinamizando projetos inovadores de base turística e estimulando o ecossistema empreendedor, através do apoio ao desenvolvimento de ideias e de modelos de negócio que possam gerar novas soluções para o setor do Turismo”. O total disponível para investimento é de 600 mil euros.
Por fim, o terceiro instrumento destacado pela Portugal Ventures é a Operação Follow-Ons — criado em parceria com a Instituição Financeira de Desenvolvimento, a Imprensa Nacional-Casa da Moeda e o Turismo de Portugal — tem 7,4 milhões de euros para investir.
Nesta operação são identificadas startups que, “pelo seu potencial de crescimento e capacidade em ultrapassar as adversidades da pandemia” precisam de ajuda para continuar os seus negócios. “Esta iniciativa não tem candidaturas abertas à comunidade de empreendedores, tratando-se de operações de reforço de investimento que estão a ser articuladas com a nossa rede de parceiros de capital”, sublinha a operadora de capital de risco. O investimento abrange as áreas do Digital, Engenharia e Manufatura e Ciências da Vida, com três milhões de euros, e a área de Turismo, com 4,4 milhões de euros.
Rui Ferreira, vice-presidente da Portugal Ventures, refere que as iniciativas lançadas “revelam, uma vez mais, a missão da Portugal Ventures no ecossistema empreendedor”. “Devemos ser o catalizador de projetos e empresas que alavanquem a economia nacional, e em tempos excecionais como os que vivemos hoje, que contribuam para a sua recuperação, consolidando a imagem de Portugal como uma referência nas áreas da Inovação e da Tecnologia”, acrescenta Rui Ferreira.