Quando saiu do Sporting, depois de já ter passado por vários clubes da Primeira Liga e pela Grécia (no comando do Asteras Tripolis), Carlos Carvalhal, hoje com 54 anos, esteve cerca de ano e meio na Turquia, liderando o Besiktas e o Basaksehir. A seguir, esteve dois anos nos Emirados Árabes Unidos como coordenador técnico do Al Ahli, fora dos bancos, quase ganhando força para um segundo lançamento da carreira que ganhou em Inglaterra um dos seus pontos mais altos, quando chegou à Premier League via Swansea após passagem pelo Sheffield Wednesday.

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Apesar da saída do conjunto galês em 2018, ainda hoje Carvalhal, agora no comando do Rio Ave que estava na quinta posição antes da paragem na Primeira Liga, é uma figura reconhecida em Inglaterra, como se percebeu na descontraída conversa que teve com o The Guardian, onde começou logo com uma tirada bem disposta como as que deixou como imagem de marca na Premier League a propósito do período de confinamento, em Braga.

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Antes desta situação, nem sabia que tinha flores no meu jardim. No final disto, acredito que vou olhar sempre para elas. Digo isto numa perspetiva simbólica. Podemos olhar para as coisas pequenas”, disse.

Mais uma figura de estilo de alguém descrito como “bom nas metáforas” mas que enfrentou período complicados ao longo dos últimos meses. Como contou ao jornal inglês, por ter filhos diabéticos, não arriscou durante o período de confinamento e alugou o apartamento de um amigo, fazendo só visitas à família com distâncias de segurança. Agora, “vive junto mas separado”, evitando algumas áreas comuns da sua casa entre outras restrições.

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Destacando o caso de sucesso português pelo cumprimento das regras dos cidadãos, e assumindo que regressar é sempre um risco, o técnico explicou a importância do regresso do futebol e falou sobre os treinos com as limitações existentes. “É um desafio, um teste interessante. Usamos sempre a nossa cabeça mas temos de ser mais criativos para criar o jogo com um jogador ali, outro acolá, outro a 20 metros. Precisamos do futebol porque se não jogarmos será o caos. Ninguém nos está a pressionar mas percebemos a situação e o estado de emergência já acabou. Não é só uma questão de dinheiro, é de respeito pela sociedade. Podemos dar o exemplo”, destacou.

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Por fim, Carvalhal, que admite ter ainda “assuntos por resolver” em Inglaterra – algo que pode acontecer na época que vem –, recordou um pormenor que não esqueceu pouco antes da interrupção da Liga: dar prolongamento à série de nove jogos sem perder na prova que iria estabelecer um novo recorde superando o de Mourinho Félix, pai de José Mourinho. “Estava preparado para ligar ao [José] Mourinho para fazer um brinde a dizer ‘Batemos esse registo mas sou teu amigo e o teu pai era uma grande treinador'”, contou.

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