As notas finais dos alunos dos ensinos básico e secundário vão ser auditadas pela Inspecção-Geral da Educação, para evitar possíveis inflações, garantiu o ministro da Educação em  entrevista ao jornal Público e à Rádio Renascença. Tiago Brandão Rodrigues explicou que a avaliação final será comparada com as classificações atribuídas nos 1º e 2º períodos e que haverá processos disciplinares sempre que se justifique.

“Seria muito danoso para o sistema se oportunisticamente alguém pudesse tirar partido das circunstâncias” excepcionais que vivemos em tempos de pandemia”, disse o governante, frisando que o problema que já existia em algumas escolas poderá ter consequências ainda mais graves agora.

“Mas o importante é isto: não podemos colocar em causa a credibilidade da avaliação. Já dei instruções claras à IGEC para alargar a sua ação, mobilizando mais inspetores e abrangendo mais escolas neste trabalho sistemático — para que também nas disciplinas que não são sujeitas a avaliação externa haver este trabalho”, sublinhou.

Tiago Brandão Rodrigues adianta que, haverá auditorias aos critérios de avaliação interna de cada uma das escolas [a avaliação que é dada pelos professores], incluindo nos casos do ensino à distância.

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O ministro avançou ainda que as novas instruções para as escolas explicarem como funcionarão os exames irão chegar em breve e que estes preveem já a existência de perguntas opcionais, para garantir que os alunos não ficam prejudicados por matérias pouco consolidadas.

Os testes a professores, as dúvidas sobre o próximo ano e a telescola no futuro. À boleia do ministro da Educação no regresso às aulas

Tal como já tinha referido em entrevista ao Observador na segunda-feira, o ministro referiu que “a recuperação das aprendizagens” menos conseguidas deste ano “tem de ser um dos pilares fundamentais no regresso às aulas” em setembro”.

Voltou a falar na possibilidade do blending learning (ensino misto que junta aulas presenciais e online): “Todos os alunos que fazem parte de grupos de risco vão ter ensino à distância”. Já “outra coisa é todos aqueles que pelo seu livre arbítrio optem por não ir à escola”, disse, acrescentando: “Não estamos a dizer às escolas que não o façam. Estamos a dizer às escolas que não estão obrigadas a fazê-lo”.