Centenas de manifestantes protestaram este sábado nas ruas de dezenas de cidades mexicanas contra as políticas do governo, contestando a forma como o Presidente López Obrador está a lidar com a pandemia de Covid-19.
Convocada em 70 cidades pela Frente Nacional dos Cidadãos (Frena) e pelo Congresso Nacional dos Cidadãos (CNC), a manifestação contou com caravanas organizadas de veículos que percorreram várias cidades num “buzinão” coletivo.
Sob o lema “López Vete Ya” (López vai embora), o protesto pretende “repudiar expressamente” o chefe de Estado, a quem acusam de ter posto em risco a soberania, integridade e independência do povo mexicano em plena crise do coronavírus, segundo os organizadores.
De acordo com os organizadores, houve protestos na capital mexicana e nas cidades de Puebla, Cuernavaca, Queretaro, Oaxaca, Acapulco, Monterrey, Guadalajara, Chihuahua, Cancun, Mérida e Veracruz, entre outras.
“AMLO, out”, “AMLO Vete Ya” e “#AMLO demite-te agora. Não és dono do México” foram algumas das mensagens ostentadas nos carros.
Na Cidade do México, o protesto começou antes do meio-dia nas imediações do Auditório Nacional e avançou ao longo do Paseo de la Reforma, localizado no centro, para entrar na Plaza de la Constitución, com os manifestantes a protestarem em frente ao Palácio Nacional, sede da Presidência.
Os protestos envolveram cerca de 250 veículos e 300 manifestantes, de acordo com fontes da polícia da capital, citadas pela imprensa.
Em Puebla, 120 quilómetros a sudoeste, centenas de veículos avançaram numa caravana e buzinaram numa das principais artérias da cidade.
O protesto coincide com o último dia das medidas de distanciamento e confinamento obrigatório, decretado em março, no contexto da luta contra a pandemia de Covid-19.
As autoridades de saúde anunciaram o regresso à normalidade no país a partir de 1 de junho, com base numa escala de três níveis que determinará as ações que as pessoas e as empresas devem tomar para poderem operar.
O México foi um dos países que mais mortes registou por Covid-19 nas últimas 24 horas (447), ficando atrás apenas dos Estados Unidos (1.199) e Brasil (1.156).
O país soma mais mais 85 mil casos acumulados da doença e quase 10 mil mortes.