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O Drogba da Caparica que se ajoelhou na noite em que regressou à sua praia (a crónica do Desp. Aves-Belenenses SAD)

Este artigo tem mais de 3 anos

No dia em que os jogadores se ajoelharam para apoiar o movimento anti-racista Black Lives Matter, Belenenses SAD ganhou na Vila das Aves com a melhor versão de Silvestre Varela, o MVP da noite (2-0).

Jogadores do Belenenses SAD ajoelharam-se para apoiar o movimento anti-racista Black Lives Matter antes do início do jogo
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Jogadores do Belenenses SAD ajoelharam-se para apoiar o movimento anti-racista Black Lives Matter antes do início do jogo

D.R. Twitter Belenenses SAD

Jogadores do Belenenses SAD ajoelharam-se para apoiar o movimento anti-racista Black Lives Matter antes do início do jogo

D.R. Twitter Belenenses SAD

Depois de uma passagem pela China, onde jogou no Shandong Luneng, Pedro Delgado chegou ao Desp. Aves no início de 2020 mas nunca conseguiu ter o tempo ou a destreza para se fixar nas opções iniciais da equipa. O que, em condições normais, seria alvo natural: formado no Sporting após passagem pelo Portimonense, decidiu muito cedo rumar a Itália perante uma tentadora proposta do Inter, nunca teve uma oportunidade no conjunto principal, esteve depois dois anos na equipa B dos leões e rumou à Ásia. Com apenas 23 anos, tem ainda uma carreira pela frente mas esse é o seu problema – com tanto talento e um pé esquerdo que joga de olhos fechados, tendo ainda a experiência das seleções jovens, nunca deu o salto. E ainda hoje espera essa tal oportunidade.

O médio dos avenses até saiu ao intervalo, com um cartão amarelo, meia dúzia de passes e pouco mais. Todavia, serve de exemplo para tantos e tantos jogadores que vão passando pela formação dos principais clubes nacionais (e que cada vez mais não se circunscreve aos “grandes”, perante a evolução de clubes como Sp. Braga, V. Guimarães ou Rio Ave), não vingam e acabam por perder-se. Um exemplo prático: na equipa de juniores que foi campeã pelo Sporting em 2008 e onde estavam André Santos ou Marco Matias, ambos agora no Belenenses SAD, há casos de jogadores com uma carreira de sucesso como Adrien Silva e outros que foram parar ao Luxemburgo, ao Chipre, à Roménia ou a escalões secundários. Além do talento, é uma questão de sorte e de fazer escolhas certas.

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No meio deste cenário, há exemplos como Silvestre Varela, o internacional português de 35 anos que regressou a Portugal em outubro para jogar no Belenenses SAD e que tem agora a seu lado o sobrinho Nilton Lopes, de 20 anos. Nem sempre o avançado teve uma carreira fácil mas foi competente e ainda faz a diferença.

Tapado pelo 4x4x2 losango de Paulo Bento que condicionou e muito a afirmação em Alvalade, foi emprestado ao Casa Pia e ao V. Setúbal e pelo meio ganhou a alcunha de “Drogba da Caparica” por se tratar do avançado preferido e por algumas semelhanças físicas que os companheiros apontavam. Presença regular na Seleção Sub-21, onde teve um papel importante na qualificação para o Europeu de 2007 da categoria, ainda jogou um ano em Espanha no Recreativo de Huelva antes de afirmar-se numa época pelo Estrela da Amadora, o que lhe valeu a chegada ao FC Porto em 2009. Em cinco épocas ganhou três Campeonatos, duas Taças de Portugal, cinco Supertaças e uma Liga Europa. Foi cedido ao West Bromwich e ao Parma, voltou ao Dragão, acabou por sair de vez para a Turquia, já depois de várias internacionalizações e golos em fases finais do Europeu, como em 2012.

Ficha de jogo

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Desp. Aves-Belenenses SAD, 0-2

25.ª jornada da Primeira Liga

Estádio do Desp. Aves, na Vila das Aves

Árbitro: João Pinheiro (AF Braga)

Desp. Aves: Szymonek; Mato Milos, Buatu, Diakhité, Ricardo Mangas; Estrela, Rúben Oliveira (Marius, 72′), Pedro Delgado (Banjaqui, 46′); Yamga, Afonso Figueiredo (José Varela, 46′) e Mohammadi

Suplentes não utilizados: Aflalo, Jaílson, Tshibola e Falcão

Treinador: Nuno Manta Santos

Belenenses SAD: Koffi; Tiago Esgaio, Gonçalo Silva, Nuno Coelho, Nilton; Phete, Show, André Santos; Silvestre Varela (Dieguinho, 82′), Marco Matias (Licá, 74′) e Cassierra (Edi Semedo, 88′)

Suplentes não utilizados: André Moreira, Chano, Rúben Lima e Danny

Treinador: Petit

Golos: Szymonek (11′, p.b.) e Silvestre Varela (39′)

Ação disciplinar: cartão amarelo a Pedro Delgado (22′), Diakhité (23′), Banjaqui (48′), Show (55′), Tiago Esgaio (64′), Estrela (73′) e Mato Milos (90+2′)

No Kayserispor desde 2017, decidiu no início do ano regressar a Portugal para fazer as últimas temporadas perto da família e dos amigos mas nem por isso perdeu o instinto de querer fazer a diferença. Foi esse espírito, e a classe acumulada de um jogador com uma carreira bem mais longa (e com mais sucesso) do que se antevia naqueles anos a seguir aos juniores em que andava entre empréstimos, que ajudou também a fazer a diferença no regresso do Belenenses SAD à Primeira Liga, dando continuidade às duas vitórias e dois empates com Petit no comando técnico antes da paragem para alcançar mais um triunfo que deixa o Desp. Aves numa situação muito complicada. Em termos pessoais, foi apenas o terceiro golo na Liga mas Silvestre Varela regressou à sua praia.

Com André Santos a dominar a zona de construção, Marco Matias a dar profundidade ao jogo da equipa e Silvestre Varela sempre à procura da baliza, o internacional deixou um primeiro aviso num remate que saiu à figura de Szymonek (8′) mas viu os azuis do Restelo chegarem à vantagem apenas três minutos depois, num lance com alguma sorte à mistura em que a bola bateu no poste, foi às costas do guarda-redes dos visitados e acabou por encaminhar-se para a baliza avense. O Belenenses SAD conseguia uma entrada melhor e desmontava uma equipa de Nuno Manta Santos que entrou em campo com a ambição de poder fazer um jogo com linhas mais subidas mas que acabou por ficar condicionada com a desvantagem no encontro muito cedo.

[Clique nas imagens para ver os melhores momentos do Desp. Aves-Belenenses SAD em vídeo]

O Desp. Aves até tinha mais posse, tentava construir até à zona de finalização mas nunca conseguiu ter o pragmatismo que fez toda a diferença no Beleneses SAD, capaz de esticar o encontro até à área contrária em poucos aproveitando não só a capacidade de Varela e Marco Matias mas também o jogo mais posicional de Cassierra, dianteiro que teve o mérito de prender os centrais contrários e dar algum espaço aos outros avançados. Foi numa dessas ações em bola que surgiria o melhor momento da noite, com Silvestre Varela a receber fora da área, a enquadrar-se com a baliza e a rematar ao ângulo da baliza de Szymonek sem hipóteses (38′).

No segundo tempo, Nuno Mantas Santos arriscou tudo com as entradas de Banjaqui e Varela para os lugares de Pedro Delgado e Afonso Figueiredo, a equipa teve ligeiras melhorias mas nunca conseguiu chegar com grande perigo à baliza de Koffi (que recuperou esta noite a titularidade que estava entregue a André Moreira nos últimos encontros antes da paragem) e até foi o Belenenses SAD a ter algumas oportunidades para ampliar a vantagem, mais uma vez por Cassierra (59′ e 63′), num jogo que ficou marcado também pela manifestação de solidariedade da equipa com os protestos nos EUA após a morte de George Floyd, com todos os jogadores titulares a tirarem uma foto ajoelhados como já tinha acontecido noutras equipas internacionais como o Liverpool ou o Chelsea.

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