9-2-1. Não é um sistema tático, não é um código, não é o final de um número de telemóvel. É a fórmula mágica em que o FC Porto assenta nesta altura, para estar novamente na liderança isolada da Primeira Liga depois do deslize da semana passada contra o Famalicão. Uma fórmula que, a oito jornadas do final da temporada, se torna cada vez mais importante nas contas de Sérgio Conceição — e nas dores de cabeça de Bruno Lage.

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Começamos pelo 9. Na segunda volta da Liga, o FC Porto recuperou nove pontos para o Benfica, anulando a vantagem encarnada, que chegou a ser de sete pontos e que começou a desmoronar depois do jogo no Dragão. Seguimos para o 2. É a atual vantagem dos dragões na liderança da classificação e também a maior que a equipa de Sérgio Conceição já teve esta época, no primeiro lugar, da tabela. E terminamos no 1. Em média, nesta segunda volta de 2019/20, o FC Porto ganhou um ponto por jogo ao Benfica, acabando por compensar as escorregadelas com o Rio Ave e o Famalicão.

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Na flash interview, para além de sublinhar que só iria “falar do FC Porto” e não do Benfica, Sérgio Conceição lembrou que estas jornadas têm estado a ser disputadas “num ambiente muito diferente e muito atípico para um jogo de futebol”. “Sabíamos da dificuldade do jogo, o Marítimo não está numa situação confortável na classificação. É hábito contra nós as equipas mudarem a sua estrutura habitual. Vou percebendo que há um respeito grande pelo FC Porto, temos de arranjar soluções para a nossa equipa marcar golos e ganhar. Fizemos o golo, cometemos um ou outro erro que podia dar golo ao Marítimo. Foi uma primeira parte equilibrada nas ocasiões”, disse o técnico dos dragões, que acrescentou depois que a vitória foi um “resultado justo” e que a equipa tem de estar preparada “para estas dificuldades até ao final do Campeonato”.

Sérgio Conceição estreou Fábio Vieira — que se tornou o sétimo jogador que conquistou a Youth League em 2019 a jogar na equipa principal — e esteve perto de também lançar João Mário pela primeira vez, que só não entrou porque Alex Telles foi expulso e foi necessário colocar Diogo Leite para blindar a defesa. Mais uma vez, o treinador do FC Porto garantiu que não coloca jogadores das camadas jovens para “parecer bem”. “O Fábio Vieira entrou, esta há muitos meses a trabalhar connosco, não é nenhum prémio por nada. Tem qualidade. Não se pode pedir que, de um momento para o outro, um jogador da formação tenha de jogar imediatamente. Em vez de estar a lançar um jovem de forma consistente estamos a tirar-lhe confiança. Hoje estavam muitos deles no banco e são muitos com qualidade. Num futuro muito próximo podem ser uma mais-valia. Estou esperançado de que num futuro muito próximo a base da equipa do FC Porto possa ser da formação. Não por dificuldade financeira, mas por qualidade”, terminou o técnico dos dragões.

Já depois do final do jogo, Fábio Vieira assinalou a estreia, numa declaração destacada pelo Twitter do clube. “É um sentimento inexplicável. Trabalhei para isto muito tempo. Há muitos anos que estou no FC Porto com este sonho. Tenho de continuar a trabalhar para continuar a merecer oportunidades”, disse o médio de 20 anos.