O presidente da Turismo do Porto e Norte de Portugal (TPNP) revelou esta segunda-feira que o setor esteve “totalmente parado” durante abril e “grande parte” de maio, estimando quebras de 100% na ocupação hoteleira em relação a 2019.
No mês de março tivemos uma quebra de 60% [na taxa de ocupação em relação ao período homólogo de 2019], e no mês de abril, os números estão para sair, julgo que esta semana. Não me admiro que apresentem uma quebra de 100%, porque, na verdade, este setor do turismo ficou totalmente parado durante este mês de abril e também uma grande parte do mês de maio”, disse o presidente da entidade regional de Turismo do Porto e Norte de Portugal, Luís Pedro Martins, em Viana do Castelo.
À margem de uma reunião com o líder do CDS, Luís Pedro Martins adiantou também que pediu esta segunda-feira apoio àquele partido político no parlamento para que acompanhe a TPNP no tema da TAP e a revisão do plano de retoma para o aeroporto Sá Carneiro, no Porto, e da requalificação e reabertura da Linha Ferroviária do Douro até Barca D’Alva e Espanha.
Fizemos aqui um apelo ao CDS-PP que nos acompanhasse nalguns projetos que queremos levar avante, (…) como a Linha do Douro e o a tentativa de explicar à administração da TAP a importância que tem este aeroporto para a região, não só para o turismo mas também para as empresas”, explicou.
O responsável defendeu ser “muito importante para esta região que o aeroporto volte a ter a importância que tinha em 2019 e que trouxe tantos turistas à região, não só ao Norte, mas também à região Centro”.
Ainda sobre a TAP, Luís Pedro Martins adiantou ainda que a região Norte está a “aguardar” qual foi a revisão feita ao plano da transportadora aérea nacional para a região.
A 26 de maio, o presidente da TPNP criticou a TAP por ter anunciado apenas três voos semanais Porto/Lisboa dos 27 anunciados para junho, considerando que se tratava de “uma humilhação para a região Norte” e para Portugal.
“Em vésperas de uma intervenção pública anunciada, após recentes discussões, tomadas de posições de entidades públicas, dos autarcas, dos partidos, do Governo, esta atitude da TAP é absolutamente inadmissível e é mesmo uma humilhação para a região Norte, uma humilhação para o país”, afirmou, na altura, Luís Pedro Martins.
A TAP publicou em meados de maio o seu plano de voo para junho e julho, que implica 27 ligações semanais em junho e 247 em julho, sendo a maioria de Lisboa.
No seu site, a companhia aérea avisa que as rotas podem vir a ser alteradas caso as circunstâncias o exijam.
Os pedidos para o Governo intervir na TAP a 26 de maio fizeram-se pelas vozes dos presidentes das câmaras do Porto, Maia, Viana do Castelo e Vila Real.
O presidente da Câmara do Porto chegou mesmo a acusar a TAP de “impor um confinamento ao Porto e Norte” e de “abandonar o país” neste momento de pandemia em que Portugal “mais precisa” da transportadora aérea.
A pandemia de Covid-19 já provocou mais de 433 mil mortos e infetou mais de 7,9 milhões de pessoas em 196 países e territórios, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
Em Portugal, morreram 1.520 pessoas das 37.036 confirmadas como infetadas, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.