Esta não é mais uma final da Champions em Portugal. É um caso “único e irrepetível”, assumiu Marcelo Rebelo de Sousa, para explicar a realização de uma cerimónia, no Palácio de Belém, que contou com a presença do primeiro-ministro, António Costa, do presidente da Câmara de Lisboa, Fernando Medina e do presidente da Federação Portuguesa de Futebol, Fernando Gomes, entre outros governantes, com o propósito de assinalar o anúncio feito pela UEFA – de escolher Lisboa para a realização da Final Eight da Champions, entre os dias 12 e 23 de agosto.

A decisão extravasa o campo desportivo e marcou o tom de todos os discursos da pré-festa da Champions.  “É irrepetível pelo momento que estamos a viver”. E foi sobre esse momento, o da mudança que a pandemia provocou na vida de todos os portugueses, que Marcelo Rebelo de Sousa quis falar. Tal como António Costa e Fernando Medina já o tinham feito.

“Num momento em que todos os países disputam o regresso ao turismo internacional, a retoma das suas economias e o afirmarem a sua marca nacional no mundo, ser a marca Portugal, aquela que vence e que se vai afirmar, nesse mês crucial de agosto, durante mais de oito dias, não tem preço, é irrepetível, é uma vez na vida”, declarou.

É o prémio que Portugal merecia, pela forma como conduziu o combate à pandemia, diz, sem rodeios, Rebelo de Sousa. E pela forma “transparente como continua a combater”, sem esconder o crescimento do “número de casos”, que advém do maior número de testes, revela o chefe de Estado, um dos últimos a chegar à cerimónia, em Belém, depois do dia passado em Pedrogão Grande, onde há três anos os fogos florestais mataram 66 pessoas. Um dia que não ficou esquecido no discurso desta tarde.

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“Temos dias que são feitos de tristezas e alegrias, de passado, presente e futuro. O dia começou com uma evocação triste, a propósito das vítimas do incêndios florestais. Depois, teve uma tarde cheia de debates sobre o presente e o futuro, com o orçamento suplementar e também com o Conselho Europeu. E termina, ao pôr-do-sol, com uma magnifica notícia para Portugal”.

A notícia já sido saudada, pelo primeiro-ministro, como “uma vitória antecipada de todos os portugueses”, os que demonstraram uma capacidade “extraordinária de combater esta pandemia”, permitindo que Portugal se diferenciasse de outros países com “peso político”. E se todos fizeram a sua parte, como reconheceu António Costa, os profissionais de saúde fizeram mais. E, por isso, este prémio é para os que “mostraram a resiliência do serviço nacional de saúde”, onde a taxa de ocupação dos cuidados intensivos nunca ultrapassou os 60 por cento, acrescentou. O que permite, agora, ao país mostrar ao mundo que é um destino seguro, não só para quem aqui vive – mas para quem trabalha, “faz férias ou quer investir”. E Portugal precisa desse investimento para recuperar a economia, “enquanto combate a pandemia”.

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Esse foi, também, o ponto de partida do discurso de Fernando Medina, que falou na “crise sem precedentes” e na luta pela “recuperação da economia”. “Conseguir ter em Lisboa o maior evento desportivo que se vai realizar, com centenas de milhões de telespectadores em todo o mundo que vão, durante mais de uma semana, ouvir e seguir o nome de Lisboa e de Portugal, é de uma importância sem limites”, assinalou o presidente da Câmara Municipal de Lisboa.

E se neste momento, ainda não é possível “qualificar o impacto e a importância desta decisão”, na economia, os agradecimentos de Medina, e também de António Costa, foram para os portugueses, em geral, e para um, em particular – Fernando Gomes, presidente da Federação Portuguesa de Futebol, pela capacidade de “fazer das crises oportunidades”. “O Fernando não é um avançado, não marca golos como o Ronaldo, mas olhem que este é um golo de belíssimo efeito, com grande impacto de muitos milhões de portugueses nos próximos anos”, remata.

Recorde-se que as competições desportivas foram interrompidas devido à pandemia do Covid-19, o que obrigou a uma alteração do formato da Champions, com o adiamento da final que estava prevista para o Estádio Olímpico Ataturk, em Istambul, na Turquia.