A operadora brasileira Oi registou, no primeiro trimestre deste ano, prejuízos de 1,1 mil milhões de euros, depois de em igual período de 2019 ter atingido lucros de 92 milhões de euros, segundo comunicado esta sexta-feira divulgado ao mercado.
A Oi dá conta de que os resultados líquidos foram afetados “pelos impactos da variação cambial”, no comunicado, divulgado pela Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), enviado pela portuguesa Pharol, que, no final do ano passado, detinha como principais ativos 326.259.859 ações ordinárias e 1.800.000 ações preferenciais da operadora brasileira Oi, representativas de 5,5% do capital social total.
Nos primeiros três meses deste ano, a Oi atingiu receitas de 790 milhões de euros (4,7 mil milhões de reais), uma redução de 7,6% face ao período homólogo.
O EBITDA (resultado antes de impostos, juros, depreciações e amortizações) consolidado, de 257 milhões de euros (1,5 mil milhões de reais), registou uma queda de 8,3% em relação a 2019.
A empresa realçou ainda, no mesmo comunicado, que, no primeiro trimestre deste ano, os investimentos (Capex) consolidados, “considerando as operações internacionais”, totalizaram 1,794 mil milhões de reais (301 milhões de euros), apresentando um crescimento de 4,0% em termos homólogos.
Por outro lado, a dívida bruta consolidada da empresa atingiu os 4,1 mil milhões de euros nos primeiros três meses deste ano, um aumento de 34,1% em relação ao período homólogo, um aumento decorrente, em grande parte, da “forte desvalorização” do real face ao dólar, segundo a Oi, sobretudo devido ao impacto da Covid-19.
No dia 16 de junho, a Oi a apresentou uma proposta de aditamento ao plano de recuperação judicial que tem em curso nos tribunais brasileiros, de acordo com um comunicado publicado pela CMVM.O objetivo, indicou a empresa, é “assegurar maior flexibilidade e eficiência financeiras”.
Estes ajustes facilitarão, ainda, o acesso da companhia ao mercado financeiro para a captação de novos recursos necessários ao equacionamento racional de sua dívida e à viabilização da execução não apenas do seu plano de recuperação judicial, mas também do seu plano estratégico, que visa ao reposicionamento da companhia”, bem como “à criação de valor para todos os seus stakeholders e à sustentabilidade de longo prazo”, diz a Oi.
Este plano será ainda submetido a votação pela assembleia-geral de credores do grupo, “podendo, portanto, sofrer ajustes nos seus termos e condições e nas medidas nele previstas”, lê-se no comunicado.
Os objetivos da Oi com este aditamento passam por “prever a possibilidade de formação de unidades produtivas isoladas (“UPIs”), mediante a segregação de determinados negócios e ativos do grupo Oi e a alienação dos mesmos”, garantindo “assim a maximização do seu valor e a geração dos recursos necessários para o pagamento de credores”, segundo a empresa.