Lisboa, 27 jun 2020 (Lusa) — Os encarregados de educação consideram que os ‘rankings’ das escolas devem ser “relativizados”, alertando que demonstram a necessidade de alterar a forma de acesso ao ensino superior, que continua dependente dos exames nacionais.
O presidente da Confederação Nacional das Associações de Pais (Confap), Jorge Ascenção, defendeu que “é muito relativa a importância dos ‘rankings'” das escolas, que hoje são divulgados pela comunicação social, com base em dados do Ministério da Educação (ME) sobre os resultados nos exames nacionais de 2018/2019.
“Estes ‘rankings’ não avaliam realmente as escolas, avaliam, sim, o resultado dos alunos nos exames, que são fortemente condicionados”, criticou Jorge Ascenção, considerando por isso que “devem ser muito relativizados”. Além disso, para o representante dos pais e encarregados de educação os ‘rankings’ tornam a mostrar o impacto dos exames nacionais no acesso ao ensino superior.
Jorge Ascenção voltou a defender que “é preciso alterar o atual paradigma de acesso ao ensino superior”, que não pode estar dependente apenas do que um aluno consegue mostrar durante uma prova de duas horas. Para os pais, o importante não é conhecer quais as avaliações dos alunos, mas, sim, a qualidade do ensino das diferentes escolas.
Hoje, a Lusa (e o Observador) volta a divulgar listas e análises sobre os resultados académicos dos alunos e as taxas de sucesso, nomeadamente através dos “Percursos Diretos de Sucesso”, um parâmetro que permite acompanhar um aluno ao longo de um ciclo de ensino.
Os percursos diretos de sucesso mostram os alunos que conseguem terminar um ciclo de ensino — o 3.º ciclo ou o secundário — sem nunca reprovar e que têm nota positiva nos exames nacionais.
Além disso, a Direção-Geral de Estatísticas da Educação e Ciência disponibiliza uma ferramenta em que compara o percurso dos alunos de uma determinada escola com todos os estudantes do país que, anteriormente, tinham um desempenho escolar semelhante.