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Sentia a confiança de toda a estrutura, uns minutos depois disse que ninguém o queria: a última flash de Bruno Lage

Este artigo tem mais de 4 anos

12 jogos, duas vitórias. 30 pontos, dez ganhos. Duas partidas, seis golos sofridos – tantos como na primeira volta toda. Bruno Lage não resistiu aos resultados mas a saída teve mensagens distintas.

Bruno Lage trocou meia equipa para jogo com o Marítimo, entre opções, castigos e lesões, mas voltou a perder com um conjunto insular
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Bruno Lage trocou meia equipa para jogo com o Marítimo, entre opções, castigos e lesões, mas voltou a perder com um conjunto insular

LUSA

Bruno Lage trocou meia equipa para jogo com o Marítimo, entre opções, castigos e lesões, mas voltou a perder com um conjunto insular

LUSA

– Temos uma entrada muito boa no jogo, criámos várias oportunidades na cara do guarda-redes, podíamos ter chegado ao intervalo a vencer por dois ou por três. Entrámos bem depois do intervalo, o tempo foi passando, vamos mexendo porque precisávamos de vencer, mas depois o Marítimo faz dois excelentes contra ataques que nos apanharam desequilibrados. Não conseguimos marcar e acabámos por ser muito penalizados no resultado pelas oportunidades que tivemos e que não concretizámos na primeira parte, começou por dizer Bruno Lage.

Zivkovic abriu a avenida e Bruno Lage ficou num beco sem saída (a crónica do Marítimo-Benfica)

– A luta pelo título está cada vez mais difícil, se o FC Porto conseguir vencer?
– Ouça, nós temos é de nos preocupar connosco…

– Há pouco Pizzi dizia aqui que os jogadores estão com o treinador e que não perdeu qualidade, a verdade é que desde a derrota no Dragão são duas vitórias, quatro empates e quatro derrotas. Para quem está de forma, é difícil perceber o que é que se passa… 
– Olhe, é como lhe digo, é assumir a total responsabilidade do que tem acontecido…

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– Os jogadores estão consigo, a Direção também está?
– Os jogadores estão comigo e estamos todos no mesmo barco. É como lhe digo, tenho sentido o apoio de toda a gente no clube desde a primeira hora até sempre. Sinto o apoio de toda a gente, todos querem que tenha sucesso…

– Incluindo a Direção portanto.
– Todos, incluindo presidente, toda a estrutura, toda a gente.

– Que mossa faz ter sido falado durante toda a semana de um treinador para a próxima época?
– Nenhuma… Nenhuma… Nenhuma, nenhuma…

O primeiro “nenhuma” foi dito ainda na zona da flash interview, o segundo em andamento, o terceiro e quarto só se ouviram porque Bruno Lage já tinha abandonado aquela zona. No entanto, uns minutos depois, não foi isso que o treinador disse a Luís Filipe Vieira. “No final do jogo, o nosso treinador, com grande elevação, colocou o lugar à disposição. Disse que não achava que não tivesse qualidade ou capacidade para dar a volta mas que sabia que toda a gente queria que fosse embora. ‘Se aceitar, a partir de amanhã não serei treinador do Benfica'”, contou o líder dos encarnados em conferência. O pedido foi aceite e, ainda na Madeira, a saída foi confirmada.

Bruno Lage coloca lugar à disposição, Vieira aceita saída e chega-se à frente: “O único culpado sou eu”

As duas derrotas com as duas equipas insulares da Primeira Liga, Santa Clara e Marítimo, apagaram de vez tudo o que Bruno Lage tinha feito de bom ao longo de ano e meio. Alguns exemplos? 55 pontos em 57 possíveis que deram o triunfo no último Campeonato, a goleada ao Sporting na Supertaça, a presença na final da Taça de Portugal desta temporada, as 18 vitórias nos primeiros 19 jogos do presente Campeonato. Desde janeiro de 2019 que o Benfica não tinha um jogo em branco fora. Aí, em Portimão, foi o último jogo de Rui Vitória; agora, foi o de Lage.

Ainda assim, há outro dado estatístico que convém recordar além das duas vitórias nos últimos 13 jogos realizados, sendo que dez, a partir da derrota no Dragão, foram a contar para o Campeonato (em 30 pontos possíveis, os encarnados ganharam apenas dez desde essa partida com o FC Porto): nos derradeiros dois encontros, com Santa Clara e Marítimo, o Benfica sofreu seis golos. Ou seja, tantos como em toda a primeira volta da Liga.

Uma outra curiosidade: a última vez que os encarnados não tinham marcado no Funchal contra os insulares foi há quase 20 anos, quando o treinador era ainda José Mourinho (um mês depois acabaria por sair, após um triunfo em casa diante do Sporting por 3-0 com bis de João Tomás – sendo que a ida certa para Alvalade foi abortada).

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