A última revisão das previsões macroeconómicas da Universidade de Macau (UM) aponta para uma quebra entre 54,5% e 60% no Produto Interno Bruto (PIB) do território neste ano, foi esta segunda-feira anunciado. As previsões são estabelecidas tendo em conta cinco cenários relativos ao número de visitantes do território, indicou o estudo do Centro de Estudos de Macau e o departamento de economia da UM, divulgado em comunicado.

Os cinco cenários são: o primeiro, com 5,16 milhões de visitantes, no segundo, 7,92 milhões, o terceiro, com 10,68 milhões, no quarto, 9,9 milhões, e o quinto, com 12,66 milhões. Para a UM, os cenários mais prováveis para o território em 2020 são “o primeiro, o segundo, ou uma mistura” destes dois.

“Se a economia de Macau recuperar na segunda metade do ano”, o terceiro, o quarto e o quinto cenários “poderão materializar-se”, mas se a previsão for baseada no primeiro e no segundo cenários, o crescimento do PIB “poderá apresentar o mesmo nível que em 2005”, referiu.

Em comparação com o período anterior à pandemia, o número total de visitantes e as receitas brutas do jogo desempenham agora “um papel mais importante no crescimento económico de Macau”, destacou.

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A inflação deverá subir entre 2,1% e 2,2%, enquanto a taxa de desemprego para os residentes deverá fixar-se entre 5,8% e 6,7%. A receita final do Governo de Macau também deverá cair entre 71,3 mil milhões de patacas e 92,9 mil milhões, acrescentou.

A epidemia da Covid-19 “afeta principalmente o crescimento económico de Macau, com menor impacto em duas variáveis económicas fundamentais: a taxa de desemprego e a taxa de inflação”.

Apesar de a epidemia ser “um choque de curto prazo para a economia de Macau”, mas dado o impacto registado no primeiro e segundo trimestres deste ano, a taxa de crescimento económico anual sofrerá um “impacto negativo”, indicou.

O relatório da UM, que reviu pela terceira vez este ano a previsão macroeconómica divulgada em janeiro, sublinhou que o objetivo deverá ser “estabilizar o mercado de trabalho a curto prazo, impedir o fecho de negócios e manter a confiança de produtores e consumidores de modo a promover uma recuperação económica gradual”.

Por outro lado, com a “tensão económica entre a China e os Estados Unidos e o abrandamento do crescimento económico chinês, a economia de Macau deverá sofrer uma nova deterioração em 2020”, sublinham os investigadores, que destacaram que os “fatores positivos da recuperação económica” do território incluem o excedente fiscal da cidade, o ambiente empresarial, preços ao consumidor e taxa de emprego razoáveis.

Os investigadores alertaram que caso a pandemia registe mudanças relevantes, será necessário rever as atuais previsões.

Em maio passado, Macau registou menos 99,5% de visitantes, enquanto as receitas do jogo caíram 93,2%, em relação a igual período de 2019.

A pandemia de Covid-19 já provocou mais de 501 mil mortos e infetou mais de 10,16 milhões de pessoas em 196 países e territórios, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.

Depois de a Europa ter sucedido à China como centro da pandemia em fevereiro, o continente americano é agora o que tem mais casos confirmados e mais mortes.