A pandemia obrigou a generalidade dos fabricantes a recorrer à banca para refazer a estabilidade financeira, abalada por meses com as fábricas e stands de vendas encerrados. Agora a palavra de ordem é recuperar, o que passa, em algumas situações, por cortes no pessoal, no volume de produção e, no caso da Daimler e da sua principal marca, a Mercedes, por reduções salariais, que o CEO do grupo alemão, Ola Kallenius, antecipa serem fortes.

De acordo com a Automotive News, durante uma reunião através da Internet com o sindicato alemão dos metalúrgicos, o IG Metal, Ola Kallenius informou que a Daimler necessitava de realizar uma reestruturação do negócio de forma mais violenta do que inicialmente estava previsto.

Kallenius avisou que as medidas a implementar passarão por cortes drásticos nos salários. E, para suavizar a mensagem junto dos sindicalistas, o CEO da Daimler avançou que serão os executivos a ter de enfrentar os cortes mais violentos. Só não especificou se esta “violência” será em valor absoluto ou percentual pois, caso seja a primeira, os cortes não serão tão significativos.

Curiosamente, Kallenius tinha anunciado em Março que a Daimler não necessitaria de mais fundos ou ajudas estatais, revelando que as finanças estavam em forma antes da crise. Um mês depois, em Abril, o CEO já avisava que, provavelmente, as medidas antecipadas não seriam suficientes para fazer frente ao desastre que tinham pela frente, com os prejuízos do 2º trimestre, que tudo indicam que vão ter de assumir, a aconselhar a alguma cautela.

Além dos cortes salariais, a Daimler revelou ainda que abandona (ou suspende) o desenvolvimento da condução autónoma e da tecnologia do estacionamento sem intervenção do condutor, em que estava a trabalhar em parceria com a BMW, o que certamente irá reduzir os custos.

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