As marcas vão voltar ” em breve [“soon enough”]”. Esta é a reação de Mark Zuckerberg, líder e fundador do Facebook, face ao boicote que 500 empresas estão a fazer às suas redes sociais — que inclui o Instagram e o WhatsApp. A notícia é avançada pelo The Information, que cita diretamente Zuckerberg sobre este boicote que inclui marcas como a Coca-Cola, o Starbucks, a Adidas ou a Univeler com o objetivo de mudar as políticas do Facebook quanto a discurso de ódio.

Zuckerberg já tinha anunciado no final de junho algumas mudanças relativamente às políticas sobre como é que a suas redes sociais abordam temas mais sensíveis como o discurso de ódio. Contudo, agora, é perentório quanto à sua vontade de não fazer mais alterações: “Não mudaremos as nossas políticas ou abordagem em nada por causa de uma ameaça a uma pequena percentagem da nossa receita, ou a qualquer percentagem da nossa receita“, diz.

Facebook muda políticas sobre discurso de ódio após boicote de marcas à publicidade na plataforma

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De acordo com o líder da rede social, este boicote é um problema de “reputação e uma questão de parceiros”. As afirmações foram feitas durante uma reunião com a equipa e à qual o The Information teve acesso através da transcrição do que foi dito. O Facebook tem confirmado a vários jornais, como o The Guardian, a veracidade das frases de Zuckerberg.

“Levamos estes assuntos muito a sério e respeitamos os comentários dos nossos parceiros. Estamos a fazer um progresso real mantendo o discurso de ódio fora da nossa plataforma e não beneficiamos com esse tipo de conteúdo. Mas, como dissemos, fazemos alterações nas políticas com base em princípios, não em pressões sob a receita”, diz o Facebook.

[Ouça o podcast da App da Vizinha sobre o boicote ao Facebook]

Que boicote é este ao Facebook?

O boicote de 530 empresas ao Facebook tem ganhado tração e visibilidade, principalmente depois de a Coca-Cola ter afirmado que, “durante um mês”, ia cessar todos os recursos que investe em marketing digital nas redes sociais. Contudo, daqui a um mês o cenário pode mudar e o Facebook pode não ser obrigado a ceder às pressões. Como refere o jornal britânico, não se sabe o peso económico ao certo que estas marcas têm na atividades das redes sociais de Zuckerberg, podendo até ser um boicote irrelevante do ponto de vista económico.

Para já, o impacto direto que o Facebook teve devido a este boicote foi na valorização das suas ações. No final de junho, as ações do Facebook caíram cerca de 9% devido ao anúncio do boicote, um valor que tem vindo a ser recuperado nos últimos dias.