O antigo matador de touros português Mário Coelho, “figura incontornável da tauromaquia mundial”, morreu domingo aos 84 anos no hospital de Vila Franca de Xira (Lisboa), onde estava internado, divulgou a Associação Nacional de Toureiros (ANDT).

“Foi com enorme tristeza que recebemos a notícia do desaparecimento do nosso maestro Mário Coelho, figura incontornável da tauromaquia mundial, com um percurso ímpar que ficará para sempre perpetuado na nossa história”, sublinha a ANDT, em comunicado enviado à agência Lusa.

Considerando que “a cultura portuguesa, a tauromaquia e, sobretudo, o toureio a pé ficam mais pobres”, a Associação Nacional de Toureiros frisa que “os maestros não morrem, passam sim para outra dimensão”.

A ANDT apresenta “as mais sentidas condolências”, à mulher e filho de Mário Coelho, natural de Vila Franca de Xira.

Contactado pela Lusa, o antigo matador de toiros e atualmente empresário e apoderado Rui Bento Vasques lamentou a morte de Mário Coelho, recordando ter sido ele que lhe “incutiu o gosto pela profissão”.

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Rui Bento Vasques destacou ainda a “dimensão mundial” que Mário Coelho atingiu como matador de toiros.

ProToiro: Mário Coelho “deixa um legado de arte, classe e coragem

A ProToiro-Federação Portuguesa de Tauromaquia lamenta “com dor e pesar” a morte do antigo matador de touros português Mário Coelho, que ocorreu hoje no hospital de Vila Franca de Xira (Lisboa), revelou aquela associação.

Mário Coelho, considerado “figura incontornável da tauromaquia mundial”, morreu hoje aos 84 anos, no hospital de Vila Franca de Xira, onde estava internado.

“No dia em que se celebraria a corrida de toiros do Colete Encarnado, a cultura e tauromaquia portuguesas perdem o matador de toiros vila-franquense Mário Coelho, que não resistiu a uma infeção de covid-19”, indica a ProToiro na nota de pesar pela morte do toureiro, enviada à agência Lusa.

Segundo a ProToiro, Mário Coelho “deixa um legado de arte, classe e coragem que espalhou pelas praças de todo o mundo e atravessou gerações, numa carreira internacional que passou pelas principais praças de Portugal e do mundo: Espanha, França, México, Venezuela, Peru, Colômbia, Equador, mas também Marrocos, Canadá, Estados Unidos da América, Angola e Moçambique”.

“O menino pobre de Vila Franca de Xira cruzou a sua vida com a de grandes personalidades de outras artes, tendo privado com Hemingway, Orson Welles, Ava Gardner, Audrey Hepburn ou Picasso, que lhe desenhou o motivo de um traje de luzes”, adianta a Federação Portuguesa de Tauromaquia.

O presidente da ProToiro, João Santos Andrade, referiu que Mário Coelho era “um homem marcado por uma visão apaixonada da tauromaquia e do toureio, com uma carreira internacional destacada, que levou o nome de Portugal aos quatro cantos do mundo”, frisando ainda que “a sua longa carreira deixa um exemplo superior na cultura portuguesa e nas artes tauromáquicas”.

Segundo a federação de tauromaquia, Mário Coelho, “alvo de reconhecimento da sua carreira pelo Estado Português”, recebeu a 20 de setembro de 1990, do secretário de Estado da Cultura, a Medalha de Mérito Cultural e a 23 de junho de 2005, foi agraciado pelo Presidente da República Jorge Sampaio com a condecoração de Comendador da Ordem do Mérito.

A ProToiro lamenta “com dor e pesar” o desaparecimento de Mário Coelho, mas “tem a certeza” de que o seu nome e o seu testemunho, como “marcos assinaláveis na cultura portuguesa, serão seguidos por muitos e durante muitos anos”.