O Festival Santa Casa Alfama vai realizar-se nos dia 2 e 3 de outubro, no bairro de Alfama, em Lisboa, respeitando “escrupulosamente as regras da Direção-Geral da Saúde” contra a Covid-19, foi anunciado esta terça-feira. Mariza, a celebrar 20 anos de carreira, e Gisela João são as “cabeças de cartaz”, atuando, respetivamente, nos dias 2 e 3, no palco “Santa Casa”, o maior do festival, disse o promotor Luís Montez, da organização, enquanto o centenário de Amália será também acontecimento dominante.

Montez referiu-se ao Santa Casa como “o maior festival de fado do mundo”, que este ano terá apenas lugares sentados com o necessário distanciamento social e, “em vez de leques como no ano passado, serão oferecidas máscaras”, que são obrigatórias para todos. Em todos os palcos — que serão nove — “haverá gel desinfetante à entrada”, acrescentou Montez.

O Festival, patrocinado pela Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, receberá apenas metade dos espetadores do ano passado, e terá um novo palco, no átrio do Museu Militar, disse Montez. No ano passado, o festival contou com 11.700 pessoas, segundo dados da organização então divulgados.

Em ano do centenário do nascimento de Amália Rodrigues, a fadista nascida em 1920 será uma figura central do festival que contará com cerca de 40 fadistas. “Todos os fadistas vão interpretar pelo menos um tema do repertório de Amália”, adiantou Montez. Amália é ainda tema de um espetáculo, “Celebrar Amália 100 Anos Depois”, com a direção musical de Jorge Fernando, que acompanhou a diva e que reúne vozes do Fado e além do Fado. Rui Veloso, Katia Guerreiro, Diogo Piçarra, Marco Rodrigues, Sara Correia, André Amaro e Jorge Fernando são alguns dos nomes que farão parte do espetáculo.

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Festival vai apresentar exposição sobre Amália no Terminal de Cruzeiros

“Bem-vinda sejas, Amália” é o título de uma exposição sobre a fadista que vai estar patente durante o festival, no Terminal de Cruzeiros de Santa Apolónia, com fotografias e outros documentos inéditos, disse o presidente da Fundação Amália Rodrigues, Vicente Rodrigues, instituição que organiza a mostra.

O título da mostra foi retirado de um cartaz empunhado por um militar português, quando uma visita de Amália, em 1966, às tropas portuguesas estacionadas em Angola, explicou Vicente Rodrigues. A exposição é de caráter itinerante e, depois de Lisboa, irá estar em 80 municípios, adiantou o responsável. Vicente Rodrigues disse que a Fundação tem de apresentar “viabilidade” e afastar assim o fantasma da extinção.

No Terminal de Cruzeiros, será ainda projetado um espetáculo de videomapping intitulado “Amália” sobre a vida da fadista que “foi muito além do fado”, disse Vicente Rodrigues.

Os presidentes da Câmara de Lisboa e da junta de freguesia de Santa Maria Maior realçaram na apresentação do festival, no Museu do Fado, a sua importância “para o universo fadista e para a cidade”, assim como a necessidade de manter um projeto que caracteriza a capital, onde “todos participam”, fadistas de diferentes gerações, amadores e profissionais.