O porta-voz do Pessoas-Animais-Natureza (PAN) pediu esta terça-feira uma “mudança urgente de postura do poder político para com o Novo Banco”, e anunciou que vai voltar a propor a renegociação dos acordos de venda do banco.
Numa mensagem divulgada aos jornalistas, André Silva começa por referir que “só os mais distraídos podem ficar surpreendidos com as vendas ruinosas e sem qualquer ética dos ativos tóxicos do Novo Banco, uma vez que várias vendas como esta agora denunciada foram feitas desde 2018 e representaram uma perda total de 611 milhões de euros”.
André Silva diz que, “devido ao desinteresse do Governo e à inércia do Banco de Portugal e do fundo de resolução, nada foi feito para travar estas vendas ao desbarato e sem transparência no momento adequado porque todas as investigações que se venham a fazer, ainda que sejam de saudar evidentemente, correm atrás do prejuízo”.
O jornal Público noticiou esta terça-feira que um fundo das ilhas Caimão comprou casas do Novo Banco com o crédito desta instituição financeira, num negócio que foi um dos maiores do ramo imobiliário dos últimos anos e em que o Fundo de Resolução cobriu as perdas. Nesta investigação, refere-se mesmo que o Novo Banco vendeu e emprestou o dinheiro a quem comprou.
“Este caso é sintomático da gestão ruinosa que tem sido feita pela Lone Star no Novo Banco e alerta-nos para a necessidade de uma mudança urgente de postura do poder político para com o Novo Banco”, defende André Silva.
Na mensagem de vídeo, André Silva anuncia que “o PAN voltará a propor a renegociação dos acordos de venda do Novo Banco, de modo a clarificar alguns vazios potencialmente danosos para o Estado, a reduzir significativamente os encargos futuros para o erário público e a assegurar que, durante a crise sanitária, não serão injetadas mais nenhumas verbas no Novo Banco”.
O objetivo do partido passa também por evitar “mais prejuízos para o erário público com operações como esta”.
“Tal renegociação, tão necessária num contexto de crise económica como aquele que vivemos, já poderia estar em curso se, em sede de orçamento suplementar, esta proposta do PAN não tivesse sido chumbada com o voto contra do PS e a abstenção do PSD, PCP e CDS”, lamenta o porta-voz.