A Mitsubishi já tinha anunciado, em Julho, a decisão de reduzir as operações que possui na Europa de venda de veículos, avançando igualmente que iria congelar a introdução de novos modelos. Mas segundo a Automotive News, este construtor japonês da Aliança Renault-Nissan-Mitsubishi decidiu ir mais longe e suspender o envio de SUV para o mercado europeu, tipo de veículo que é o mais representativo em matéria de vendas.
Esta decisão, que pode ter a ver com necessidade de reduzir a média das emissões de dióxido de carbono (CO2), promete ter consequências desastrosas para a rede de concessionários que, uma vez sendo-lhes retirada a possibilidade de comercializar o ASX, o Eclipse Cross e o Outlander, ficam reduzidos apenas ao pequeno Space Star. Isto numa fase em que, segundo a mesma fonte, se espera que a pick-up L200 seja disponibilizada até ao final de 2021.
Com o desaparecimento dos SUV, a Mitsubishi perde ainda um dos seus veículos mais emblemáticos, que comercializava junto de clientes com maior poder de compra e que reforçava a imagem do fabricante. Referimo-nos ao Outlander PHEV, a versão híbrida plug-in do maior dos SUV do construtor, que era regularmente o PHEV mais vendido em solo europeu.
Para os importadores independentes e rede de concessionários, a confirmarem-se as informações avançadas pela Automotive News, as más notícias não param de chegar, pelo que é possível que as discussões com a Mitsubishi, em busca de compensações por quebra de contrato, subam de tom. Esta decisão é responsabilidade da Nissan, que colocou um dos seus homens de mão a liderar aquela que até há bem pouco tempo era a rival Mitsubishi.
Curiosamente, a Nissan age com a Mitsubishi, de que detém 34,03%, como não quer que a Renault, que controla 43,4% da Nissan, faça com ela própria. A esperança da Mitsubishi reside agora na capacidade de gestão (e negociação) de Luca de Meo, o novo CEO da Renault.