Joe Biden, o candidato democrata às eleições dos EUA, escolheu a senadora Kamala Harris, da Califórnia, como sua candidata à vice-presidência. Tem 55 anos e é a primeira mulher negra e a primeira de ascendência indiana (a mãe é indiana e americana e o pai é jamaicano) a ser nomeada para o cargo.
O candidato democrata tinha prometido que o cargo de vice-presidente iria para uma mulher e cumpriu, fazendo história ao escolher, esta terça-feira, Kamala Harris, senadora pelo estado da Califórnia e candidata derrotada nas primárias do Partido Democrata, e que chegou a acusar Biden de colaborar com políticos racistas e segregacionistas.
Com uma carreira de quase 30 anos como advogada, Harris ficou conhecida por ter um perfil duro dos tempos em que foi procuradora-geral em São Francisco e depois na Califórnia. É uma das opções mais seguras à disposição de Biden na corrida à Casa Branca e personaliza também uma estratégia para reforçar o apelo do candidato aos eleitores e mulheres negros. Um tema em que ganhou protagonismo em maio, na sequência da onda de protestos anti-racismo que se seguiram ao homicídio de George Floyd, morto asfixiado por um polícia branco.
.@JoeBiden can unify the American people because he's spent his life fighting for us. And as president, he'll build an America that lives up to our ideals.
I'm honored to join him as our party's nominee for Vice President, and do what it takes to make him our Commander-in-Chief.
— Kamala Harris (@KamalaHarris) August 11, 2020
Na sua primeira reação, na rede social Twitter, Kamala Harris referiu-se a Joe Biden como um futuro Presidente que além de unificar os Estados Unidos, estará “à altura dos seus ideais”. Harris afirma sentir-se “honrada” com a escolha do candidato democrata à Casa Branca.
Também o antigo presidente dos EUA, Barack Obama, já reagiu à nomeação de Kamala Harris. Afirma que Joe Biden “acertou em cheio” na sua decisão e, acredita, ter agora “a parceira ideal” para, com ele, enfrentar os desafios da América. Obama enaltece a carreira e a história de vida de Harris, “dedicada a defender a Constituição”, garantindo mesmo ser “um bom dia” para o país. “Agora vamos ganhar isso”, concluiu.
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O especialista Joel Goldstein explica a escolhe de Biden. “O facto de ele prometer que vai ter uma mulher ao seu lado na campanha torna a sua escolha na mais visível em muitos anos, porque esta é primeira vez que um candidato que está à frente nas sondagens decide chamar uma mulher para esse cargo.”
O primeiro a quebrar essa barreira foi o democrata Walter Mondale (com Geraldine Ferraro) e o segundo foi o republicano John McCain (com Sarah Palin). “Mas ambos estavam a perder e precisavam de alguma coisa para dar uma nova forma à campanha”, refere.
Segundo o The New York Times, uma nova sondagem nacional, divulgada esta terça-feira, mostra Biden mantendo uma vantagem de 10 pontos sobre Donald Trump, com apenas 4% dos eleitores permanecendo indecisos.