Um juiz de instrução de Madrid decidiu avançar com uma investigação ao Podemos na sequência de denúncias sobre eventuais irregularidades no financiamento partidário da organização liderada por Pablo Iglesias, que é e vice-presidente do Governo espanhol, como parceiro do PSOE.

De acordo com a imprensa espanhola, a denúncia sobre suspeitas de desvio de fundos e gestão desleal foi apresentada por um advogado despedido do partido, José Manuel Calvente. O juiz de instrução Juan José Escalonilla ouviu o denunciante no passado dia 29 de julho, tendo decidido envolver o Podemos como organização jurídica nesta investigação, mas também Juan Manuel del Olmo, responsável pela comunicação do partido, um colaborador próximo do líder, Pablo Iglesias, que está no Governo de coligação. Juan Manuel del Olmo é o diretor de estratégia e comunicação da vice-presidência de direitos sociais e agenda 2030, que é dirigida pelo líder do Podemos.

São ainda visados o tesoureiro do partido, Daniel Frutos, e a gestora Rocío Esther Val. O magistrado convocou estas três personalidades para prestarem declarações no dia 20 de novembro, na qualidade de investigados, e deu ordem para o requerimento de muita documentação ao Podemos, incluindo dados da contabilidade e tabelas salariais.

Estas diligências terão lugar depois de o juiz ouvir Gloria Elizo, atual terceira vice-presidente do Congresso e antiga responsável pela equipa legal do Podemos, e Mónica Carmona, uma das ex-advogadas do partido que foi dispensada no final do ano passado. As duas foram chamadas para audições no dia 15 de setembro como testemunhas para refutar as denúncias feitas por Calvente.

A denúncia surgiu na sequência da investigação interna no Podemos que estava a ser conduzida por Calvente e Mónica Carmona. Os dois foram despedidos em dezembro, em pleno processo de negociações para o Podemos entrar numa aliança de Governo com o PSOE de Pedro Sánchez. A direção do partido justificou estas demissões com um alegado caso de assédio sexual e laboral de Calvente à advogada do Podemos, Marta Flor Núñez. No entanto, escreve o El Español, a queixa apresentada por esta contra o advogado despedido foi arquivada depois do juiz ter considerado que não havia nada de ilícito nas mensagens trocadas entre os dois.

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