O presidente bielorrusso Alexander Lukashenko afirmou este sábado que o seu homólogo russo, Vladimir Putin, lhe assegurou uma “ajuda” para garantir a segurança no país, no seguimento dos protestos contra a sua reeleição.

O presidente chegou a um entendimento com Putin, que lhe disse que “uma ajuda completa será garantida, para assegurar a segurança da Bieolorrússia”, afirmou Lukashenko à agência pública Belta, depois de uma conversa telefónica entre os dois presidentes. “Quando há uma questão de dimensão militar, nós temos um acordo com a Federação russa, no âmbito da União (da Rússia e da Bielorrússia)”, frisou o dirigente.

Depois da conversa telefónica deste sábado, a Presidência russa já tinha emitido um comunicado em que se mostrava confiante “numa resolução em breve dos atuais problemas”.

Para o Kremlin, “o mais importante é que estes problemas não beneficiem as forças destrutivas que procuram prejudicar uma colaboração mutuamente vantajosa” entre a Rússia e a Bielorrússia, aliança que se mantém entre as duas ex-repúblicas soviéticas.

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O Presidente bielorrusso já tinha recusado a ajuda externa proposta na quarta-feira  pela Letónia, Lituânia e Polónia, que avançaram com um plano de mediação que prevê a criação de um “conselho nacional” para resolver a crise política em curso.

Também os chefes de diplomacia da União Europeia acordaram impor sanções ao regime de Minsk na sequência das eleições presidenciais de domingo passado, visando os responsáveis pela alegada fraude nos resultados e pela repressão violenta das manifestações.

“Sem querer ofender os líderes dessas repúblicas, gostaria de lhes dizer para cuidarem dos seus próprios assuntos”, disse o chefe de Estado bielorrusso, citado pela AFP. Segundo adiantam a agência estatal Belta e a AFP, o dirigente afirmou também, durante a reunião de sábado no Ministério da Defesa, que o país não precisa “de nenhum governo estrangeiro, de nenhum mediador”.

Vários milhares de manifestantes juntaram-se novamente em Minsk para protestar contra a reeleição de Lukashenko, denunciando fraudes e uma repressão violenta do poder, segundo a agência francesa AFP. Trata-se do maior movimento de protesto desde que Lukashenko chegou ao poder, em 1994.

Para Lukashenko, “está a acontecer uma agressão contra a Bielorrússia, mas não é uma ameaça apenas contra o país”, realçando que os protestos ameaçam também a união intergovernamental entre a Rússia e a Bielorrússia e têm “elementos de interferência externa”.

Depois de se terem verificado prisões em massa no início da semana, as autoridades deram, no entanto, sinais de recuo. O próprio presidente apelou a uma “certa contenção”, refere a AFP.

Minsk, capital da Bielorrússia, recebeu apoio de Moscovo, que denunciou as tentativas de “interferência estrangeira” com o objetivo de desestabilizar a Bielorrússia, um aliado histórico da Rússia, apesar das tensões recorrentes entre os dois países. O chefe de Estado bielorrusso tinha acusado Moscovo de querer reduzir o seu país à condição de vassalo e de se intrometer nas eleições de 9 de agosto.