A associação ambientalista Quercus considerou esta sexta-feira que adiar a proibição do uso de descartáveis de plástico é “retroceder na educação ambiental” e defendeu que o país precisa é de sensibilizar e informar a população.
Em vez de adiar a proibição no setor da restauração, diz a Quercus, devia sim haver uma informação correta, porque com cuidados de segurança e higiene era possível “conter a pandemia sem graves prejuízos ambientais”.
A posição da Quercus, em comunicado, surge um dia depois de o Governo, em Conselho de Ministros, ter adiado o prazo para a proibição do uso de copos, embalagens, talheres, palhinhas, pratos, tigelas e palhetas de plástico descartável no setor da restauração e similares.
A proibição devia começar no início de setembro, antecipando uma diretiva da União Europeia nesse sentido que entra em vigor em julho do próximo ano, mas o Governo adiou a proibição para 31 de março de 2021, argumentando que “no atual contexto de combate à propagação da Covid-19, e em virtude das imposições de encerramento e suspensão de atividades dos estabelecimentos, os operadores económicos não tiveram capacidade de escoar existências nem tempo para preparar a transição para o novo regime”.
No comunicado a Quercus lembra que já tinha alertado para as consequências da pandemia de Covid-19, nomeadamente o aumento do uso de materiais descartáveis, e diz que este adiamento “irá provocar um retrocesso nos hábitos dos portugueses, numa altura em que muitos portugueses já tinham começado a abandonar os materiais descartáveis no dia a dia”.
Em vez do adiamento do prazo para o abandono dos descartáveis, “o que Portugal precisa é de uma campanha de sensibilização e informação direcionada para a população, com diretrizes estabelecidas pela Direção Geral da Saúde e pelo Ministério do Ambiente, que garantam a segurança e proteção contra o Covid-19, neste retorno da economia, garantida através de materiais reutilizáveis devidamente higienizados”, afirma a Quercus no comunicado.
A associação apela a que não se abandonem as preocupações com o ambiente e, em particular, com a gestão de resíduos, e considera que com informação correta e cuidados de segurança e higiene “é possível conter a pandemia sem graves prejuízos ambientais”.