O Instituto Nacional de Estatística (INE) confirmou esta segunda-feira uma contração histórica do Produto Interno Bruto (PIB) em 16,3% no segundo trimestre do ano. A contribuir para este valor esteve a quebra do consumo privado e do investimento.

“A forte contração da atividade económica refletiu o impacto da pandemia Covid-19 que se fez sentir de forma mais intensa nos primeiros dois meses do segundo trimestre”, começa por escrever o instituto, lembrando que, com a pandemia, foram tomadas medidas como o encerramento das escolas e de várias atividades económicas, assim como restrições à livre circulação de pessoas. A quebra de 16,3% é a maior em Portugal desde que há registo.

A contribuir para este tombo esteve a procura interna, que “apresentou um contributo negativo para a variação homóloga do PIB consideravelmente mais acentuado que o observado no trimestre anterior (passando de -1,2 para -11,9 pontos percentuais”, o que reflete a “expressiva contração do consumo privado e do investimento”.

O consumo privado (que inclui as despesas de consumo final das famílias) registou uma quebra de 14,5% e o investimento diminuiu 10,8% em termos homólogos. O consumo de bens duradouros contraiu 27,6%, “refletindo principalmente uma quebra abrupta das aquisições de veículos automóveis”.

Já o consumo público (as despesas de consumo final das administrações públicas) também diminuiu, “registando uma taxa de variação homóloga de -3,4%”, o que traduz “o impacto negativo na produção não mercantil em volume das medidas adotadas para reduzir a propagação” da Covid-19, que implicaram o encerramento de vários serviços públicos, como tribunais e repartições com atendimento ao público, entre outros.

A procura externa líquida caiu 4,4 pontos percentuais, verificando-se uma diminuição em volume mais intensa das exportações de bens e serviços (-39,5%) do que das importações de bens e serviços (-29,9%). “Esta diferença de comportamentos é sobretudo consequência da forte contração da atividade turística na evolução das exportações de serviços.”

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