A gama de camiões Mercedes Unimog é do melhor que existe para circular pelos locais de mais difícil acesso. Além de terem servido os militares portugueses na guerra em África, são ainda hoje parceiros habituais dos bombeiros que combatem os incêndios que nos assolam durante o pico de Verão.

A Unimog conta hoje com uma gama extensa, com camiões de diferentes dimensões, características e potências, mas todos eles recorrem a generosos motores turbodiesel. Mesmo as versões mais potentes, como aquelas que já participaram (e venceram) o Paris Dakar – em 1985, curiosamente com Jost Capito a bordo, ele que viria depois a tornar-se no chefe de equipa que ajudou a alcançar quatro títulos consecutivos no Campeonato do Mundo de Ralis para a Volkswagen, com o Polo WRC.

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A necessidade de substituir o guloso e poluente motor diesel por uma unidade mais amiga do ambiente levou um designer russo, que trabalha na Roménia para uma marca francesa, a pensar numa solução. Artyom Trofimenko já foi estilista na marca russa de camiões Kamaz, mas hoje defende as cores da Renault em Bucareste. A sua paixão por camiões emblemáticos levou-o a debruçar-se sobre o Unimog, bem como numa forma de o tornar menos problemático em termos de emissões.

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Motores eléctricos alimentados por bateria dificilmente poderiam ser uma solução interessante, pois não é habitual encontrar postos de carga no meio de uma serra a arder, durante um conflito armado ou a caminho dos polos. Daí que Trofimenko tenha pensado numa solução híbrida, trocando um enorme motor a gasóleo por uma pequena unidade diesel com apenas três cilindros e 60 cv, instalando depois um motor eléctrico com 170 cv em cada eixo.

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Com o veículo a prever igualmente um depósito de 130 litros, o motor de combustão vai agir exclusivamente como range extender (extensor de autonomia), gerando energia eléctrica para recarregar a pequena bateria (com 50 kWh), tanto mais que, com somente 60 cv, subir o menos inclinado dos corta fogos revelar-se-ia uma tarefa impossível de transpor.

Resta aguardar para ver se a Mercedes considera esta solução como uma possibilidade para o futuro do camião 4×4, que se poderia denominar EQ Unimog caso o construtor alemão o “adoptasse”. Mas se as reacções a este projecto forem muitas e boas, quem sabe…