O surto detetado no início de agosto num lar de luxo no Porto resultou em 16 mortes num universo de 48 infetados (29 utentes e 19 profissionais), noticia esta terça-feira o jornal Público que cita dados da Administração Regional de Saúde do Norte. Atualmente, existem ainda três pessoas internadas.

Apesar de a ARS Norte não ter esclarecido se as 16 mortes correspondiam ou não apenas a utentes da Residência Montepio, fonte do Hospital de Santo António, que recebeu as pessoas infetadas, garantiu ao jornal que os óbitos dizem respeito na sua totalidade a utentes do lar de luxo, localizado na Rua do Breiner — muitos destes já apresentavam uma situação de saúde muito frágil, estando inclusivamente acamados.

Neste lar, menos de um terço do número total de utentes (109) terá ficado infetado com o novo coronavírus, sendo que a taxa de letalidade situa-se nos 55%. Na residência de luxo em questão todos os quartos ou T0 têm casa de banho privada e no respetivo site é prometido “acompanhamento de médicos e enfermeiros, 24 horas por dia, sete dias por semana”. Quando o surto foi detetado, no início de agosto, a ARS garantiu que todos os utentes e profissionais do lar em questão tinham sido testados, referindo-se a um total de 225 pessoas (109 utentes e 116 profissionais).

A meados de agosto, a agência Lusa dava conta de 46 infetados no lar, incluindo 10 pessoas internadas, numa altura em que a ARS Norte garantia que o surto estava “controlado”. O Público acresce que em nenhum momento foi noticiado qualquer óbito.

Em declarações à Rádio Observador, o presidente da União de Freguesias do Centro Histórico do Porto, António Fonseca, diz que o secretismo à volta dos números de infetados e de mortos poderá contar com a colaboração da Direção-Geral da Saúde: “O que lamento aqui é que há um circuito fechado através de uma instituição que é rica, que tem excelentes condições, não é fácil ir para lá porque paga-se muito bem. Tem havido aqui talvez alguma cumplicidade da DGS ao fechar toda esta informação. (..) Aquilo está situado numa zona muito habitacional, onde circula muita gente. É fundamental para todos nós saber o que é que se passa para haver alguma cautela.”

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