O PAN pediu esta sexta-feira que a Assembleia da República interpele o Banco de Portugal para que se realize com urgência uma avaliação independente da operação de alienação da seguradora GNB Vida pelo Novo Banco.

“Mais que discutir a nulidade da auditoria, é necessário garantir uma avaliação independente desta operação ruinosa [alienação da GNB Vida]. O PAN quer que o parlamento assegure junto do Banco de Portugal essa avaliação com urgência”, escreveu no Twitter o deputado e porta-voz deste partido, André Silva.

No requerimento dirigido à Comissão de Orçamento e Finanças da Assembleia da República, com a data desta sexta-feira, o grupo parlamentar do PAN refere que foi a representante espanhola da consultora Deloitte “quem assessorou o Novo Banco nesta operação” de alienação da GNB Vida.

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Por isso, segundo o PAN, a representante portuguesa da Deloitte, responsável pela recente auditoria externa aos atos de gestão do extinto Banco Espírito Santo (BES) e do Novo Banco entre 2000 e 2018, “estava em manifesta situação de conflito de interesses” e “não tinha a idoneidade e independência necessárias para analisar esta operação de alienação”.

O relatório final desta auditoria menciona a operação de alienação da seguradora GNB Vida, concluída em 2019, mas iniciada em 2017. Contudo fá-lo omitindo um conjunto de aspetos relevantes, tais como o facto de esta operação ter gerado perdas de 250 milhões de euros para o Novo Banco, o facto de o Novo Banco ter emprestado cerca de 60 milhões de euros ao investidor que comprou a seguradora, e a ligação ao gestor Greg Lindberg, condenado no ano passado, nos Estados Unidos, por corrupção e fraude fiscal”, lê-se no requerimento.

“Face ao exposto”, o PAN pede que a Comissão de Orçamento e Finanças “interpele o Banco de Portugal para que tome as diligências necessárias para assegurar, com caráter de urgência, a realização de uma avaliação independente da operação de alienação da seguradora GNB Vida pelo Novo Banco, S.A”.