Durante a apresentação mundial do Lucid Air, o CEO e CTO da empresa, o britânico Peter Rawlinson, desdobrou-se em entrevistas. Uma das mais curiosas foi a concedida à publicação alemã Auto Motor und Sport, cujo jornalista deverá ter ficado chocado quando este gestor de uma marca que nunca produziu um único automóvel afirmou que o Air é melhor do que o Porsche Taycan.
Desafiado a apontar o que a Lucid tem de diferente, para melhor, Rawlinson referiu o facto de os motores serem extremamente compactos e leves. Afirmou mesmo que cada um, apesar de debitar 670 cv, é 2,5 vezes mais compacto do que o do Tesla Model S, cabendo numa mala de cockpit.
Em relação às baterias, o CEO da Lucid confessou que não as produz, atribuindo essa função à LG Chem, mas a química foi desenvolvida pelos seus técnicos, sendo provavelmente similar às baterias que a empresa usa nos packs que fornece para a Fórmula E.
Rawlinson recordou ainda os dados que avançou na apresentação, como o facto de o Air ter um sistema eléctrico a 900 V, que em breve evoluirá para 925, o que lhe permite recarregar a 300 kW, contra 270 kW do Porsche e 250 kW dos Tesla, sendo que a entrevista foi realizada antes do Battery Day, em que Musk revelou o Model S Plaid, que vai estrear novas baterias e que prometeu ser mais rápido e com uma autonomia similar ao melhor dos Air.
Apesar de se assumir como um fã da Porsche, ele que já trabalhou no reputado transformador alemão Ruf, Peter Rawlinson contestou os que dizem que a marca alemã se deve focar no comportamento e não na eficiência, defendendo que se o Taycan fosse mais eficiente poderia ir mais longe com baterias mais pequenas e leves, o que melhoraria o comportamento. E, numa atitude algo curiosa, afirmou: “Se eu fosse o engenheiro chefe da Porsche, dava mais importância à eficiência.” Pode ver a entrevista na totalidade aqui.