A Comissão de Reforma da Igreja Universal do Reino de Deus (IURD) de Angola esclareceu esta segunda-feira que é a legítima representante no país, clarificado que está o processo de regularização para fins de certificação.

Em nota de imprensa, a que a agência Lusa teve esta segunda-feira acesso, a Comissão de Reforma da IURD Angola informa que o escritório de advogados que havia contratado “praticou irregularidades na tramitação do processo de certificação”, entretanto ultrapassados.

Em agosto passado, a ala brasileira da IURD, em divergência com bispos e pastores angolanos, desde novembro de 2019, acusou publicamente a parte angolana de ter forjado a ata que atestava a destituição da direção brasileira, entregue no 4.º Cartório Notarial de Luanda.

A Comissão de Reforma da IURD — Angola se demarca e reprova tais atos que foram de exclusiva responsabilidade do referido escritório de advogados”, referiu o comunicado.

Para “sanar as irregularidades mencionadas”, prossegue o documento, foi contratado outro escritório de advogados, “que, de imediato escreveu à Direção Nacional de Registo e Notariado do Ministério da Justiça e dos Direitos Humanos para regularização do referido processo, de onde recebeu resposta positiva para assim proceder”.

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De acordo com a nota, no início deste mês, as atas síntese e geral, ambas da assembleia-geral extraordinária, de 24 de junho, foram certificadas pelo cartório, tendo deste modo ficado concluído o processo de regularização para fins de certificação.

Uma cópia do processo foi igualmente entregue ao Instituto Nacional para os Assuntos Religiosos (INAR), adianta a Comissão de Reforma da IURD Angola.

Nesse sentido, desde 24 de junho, a comissão de reforma “é a legítima e exclusiva representante da Igreja Universal do Reino de Deus em Angola”, conforme a ata publicada em Diário da República.

Portanto, todo e qualquer ato em nome da IURD — Angola que não for praticado pela referida comissão é ilegal e não obriga a Igreja Universal do Reino de Deus”, atesta o documento.

Sobre o processo-crime que decorre nas instâncias judiciais, a Comissão de Reforma da IURD Angola sublinha que “está a acompanhar com muita atenção”, mostrando-se convicta de que a justiça angolana vai confirmar as denúncias tornadas públicas através do manifesto pastoral, de 28 de novembro de 2019.

Nesse sentido, pede às autoridades que as medidas sancionatórias sejam contra as pessoas devidamente apontadas no manifesto e não contra a igreja, ou seja, que os seus membros, obreiros e pastores não sejam penalizados pelos atos da então liderança brasileira.

Por último, apela à reconciliação, calma e paz social entre os membros da IURD Angola.

A igreja de direito angolano tem como líder fundador o bispo brasileiro Edir Macedo. A liderança brasileira no país lusófono africano acusa um grupo de dissidentes e ex-pastores angolanos de terem praticado diversos atos de violência física e psicológica, com mensagens de incitamento à violência, ao ódio, à intolerância racial e à xenofobia.

Por seu lado, os bispos e pastores angolanos no seu manifesto pastoral levantaram várias acusações à liderança brasileira, entre as quais de racismo e evasão de divisas, bem como de procedimento forçado de vasectomia.

No âmbito do processo-crime, cujos trâmites correm na Procuradoria-Geral da República de Angola, sob suspeita de branqueamento de capitais, fraude fiscal e associação criminosa, este órgão de justiça ordenou o encerramento dos templos da IURD no país.