A Igreja Universal do Reino de Deus em Angola congratulou-se com a decisão dos tribunais de ordenarem a restituição dos templos em Benguela e Lunda Norte, considerando que a providência cautelar surtiu efeito.
“As diversas ilegalidades começaram a ser sancionadas pelos tribunais judiciais angolanos”, diz a IURD em comunicado, no qual considera que “tem vindo a ser alvo, desde novembro do ano passado, de um conjunto de acções levadas a cabo por um grupo de ex-pastores, que se intitulam de ‘Comissão de Reforma da IURD'”.
No processo entregue em tribunal, a IURD diz ter “reportado às autoridades competentes factos que configuram a prática de vários crimes graves, consubstanciados em diversos actos criminosos de violência física, psicológica, ameaças, atos xenófobos, difamações, perseguição religiosa, entre outros”, e anuncia que os tribunais estão a dar-lhe razão.
“Em Lunda Norte, através de providência cautelar requerida pela IURD, foi proferida sentença que ordenou a restituição da posse da Igreja ilicitamente ocupada pelos dissidentes”, diz a entidade, acrescentando que o tribunal decretou a providência cautelar da restituição provisória de posse, da Igreja Universal do Reino de Deus, legítima proprietária pelos fundamentos aduzidos”.
No comunicado, a IURD dá conta também que em Benguela o tribunal local decidiu no mesmo sentido, e cita a decisão judicial, dizendo que “os Requeridos [os pastores dissidentes] atuaram de forma premeditada, coordenada e organizada, orquestrando a tomada de assalto as igrejas da IURD à mesma hora, dessa forma, evitando qualquer resposta atempada por parte das autoridades, e de forma a amplificar e instigar o ódio, a violência religiosa e racial, que tem estado patente nas suas condutas, prestando declarações da comunicação social, procurando sentenciar o fim da requerente [a IURD]”.
Para a IURD, “a conduta dos requeridos é ilícita e absolutamente inadmissível em um estado de direito, e apenas vem dar razão àquilo que a IURD tem reportado nas suas queixas crimes e nos pedidos vários que tem feito as autoridades”, conclui-se no comunicado.
A igreja de direito angolano tem como líder fundador o bispo brasileiro Edir Macedo. A liderança brasileira no país lusófono africano acusa um grupo de dissidentes e ex-pastores angolanos de terem praticado diversos atos de violência física e psicológica, com mensagens de incitamento à violência, ao ódio, à intolerância racial e à xenofobia.
Por seu lado, os bispos e pastores angolanos no seu manifesto pastoral levantaram várias acusações à liderança brasileira, entre as quais de racismo e evasão de divisas, bem como de procedimento forçado de vasectomia.
No âmbito do processo-crime, cujos trâmites correm na Procuradoria-Geral da República de Angola, sob suspeita de branqueamento de capitais, fraude fiscal e associação criminosa, este órgão de justiça ordenou o encerramento dos templos da IURD no país.