Até aqui administrador da SAD, Rui Costa é agora também outra coisa, com a reeleição de Luís Filipe Vieira como presidente do Benfica. O antigo futebolista dos encarnados e da Fiorentina, benfiquista de coração, tornou-se vicepresidente do clube e não escondeu nem a emoção nem a emoção que imagina que esteja a assolar os pais: “Creio que os meus pais estão hoje em casa a chorar por verem o filho ser vicepresidente do Benfica, porque a minha família felizmente é toda ela muito benfiquista”.
Por um lado trunfo valioso da equipa com que o atual presidente Luís Filipe Vieira se apresentou a eleições (tal a popularidade que granjeia junto dos sócios do clube), por outro apontado pelo atual presidente como “o futuro” do clube (e da direção), Rui Costa começou por reagir aos resultados eleitorais destacando que “foi um grande dia de Benfica”. A votação, notou, foi traduzida num “número histórico, creio que até mundialmente, não sei”. Acrescentou por isso: “O meu agradecimento [aos sócios] enquanto benfiquista, não enquanto vicepresidente”.
Questionado sobre o que se pode esperar do seu trabalho enquanto vicepresidente, respondeu Rui Costa aos jornalistas: “Sei a responsabilidade que tenho neste clube, o que as pessoas esperam de mim. O que posso prometer é que tudo farei para que este clube seja cada vez maior. Trabalharei com todas as minhas forças para conseguir, juntamente com a nossa equipa, fazer com que este clube continue a crescer à dimensão que toda a gente espera, fazer com que possa trazer as alegrias aos adeptos que todos esperam”.
Na tónica do novo vicepresidente do clube encarnado esteve a insistência com a importância da união entre sócios e adeptos do clube com visões diferentes sobre o melhor rumo para o Benfica. “Não sou um benfiquista de moda, sou um benfiquista ferrenho. Só consigo viver o Benfica… foi assim que cresci nas bancadas do estádio da Luz, nas camadas jovens do Benfica: só consigo ver um Benfica muito forte, muito unido. Quero voltar a ver o Benfica assim”, começou por dizer.
Estendendo a mão aos descontentes, acrescentou: “Cabe-nos a nós também juntar a nossa família e isso é aquilo que mais pretendo para o Benfica. Tenho a certeza que todos juntos os títulos ficam muito mais próximos e as nossas alegrias serão muito maiores”.
E presidente, quererá ser? “Não vou estar a trabalhar diariamente no Benfica com um objetivo ou com uma fixação de ser presidente daqui a quatro anos”, prometeu, acrescentando ser “um grande orgulho, até por aquilo que é o meu relacionamento com o clube, fazer parte da direção do Benfica e ser vicepresidente do Benfica”.
Jamais farei qualquer coisa neste clube, jamais, sem sentir que posso contribuir para o sucesso. Daqui até lá há muito tempo para se analisar isso [uma eventual candidatura futura à presidência]. Vou-me analisar a mim próprio”, apontou, acrescentando que é “demasiado benfiquista para poder estar dentro do clube sem o poder ajudar”.
O antigo futebolista dos encarnados, referência do futebol português e internacional pela Seleção Portuguesa, insistiu que “não vale a pena estar a pensar numa coisa que possa vir daqui a quatro anos quando o presente é de tamanha importância para o clube. Não vou estar nunca à frente do Benfica”. Mais importante é o novo cargo. Neste momento, diz, sente-se “capaz de ser vicepresidente do clube, com força para contribuir para o clube ser cada vez maior e é isso que me faz estar aqui”.
Tema inevitável foi a polémica entre Luís Filipe Vieira e Bernardo Silva. Diplomata e conciliador, Rui Costa deu uma no cravo e outra na ferradura: por um lado afirmou compreender a mágoa do presidente com as críticas expressas pelo antigo jogador, por outro lado voltou a defender a importância da união entre quem pensa diferente dizendo “somos todos do Benfica”.
O presidente sentiu-se magoado, é normal. Conhece-o desde que ele veio para aqui, sente que o ajudou bastante a crescer e quando vemos os nossos jogadores depois a não estarem agradados… é completamente normal. Mas o Bernardo faz parte daquilo que acabei de dizer: somos todos do Benfica e temos todos de estar prontos para nos ajudarmos uns aos outros, para crescermos cada vez mais e conquistarmos os títulos que toda a gente quer”, referiu.